Formação

A Importância singular dos debates

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Estamos às vésperas das eleições, dentre de um contexto emque pelo menos para os cargos executivos já se delineia os resultados finais.Mas ainda num período em que pequenas margens para mais ou para menos podemfazer prosseguir ou enterrar os resultados finais. É preciso muita avaliaçãoneste período, a grande dúvida é: qual a melhor maneira de avaliar umcandidato?

 Os cabos eleitorais

Este é o mais comum dos meios de persuasão no dia a dia.Todos aqueles que já tem seu voto decidido, sejam nossos amigos oumilitantes, são úteis para sabermosprováveis propostas dos candidatos por quem lutam, bem como saber de prováveisdenúncias dos outros. São muito importantes para vermos em uma realidade muitapróxima à nossa, se tais candidatos merecem ser nossos representantes, poisterei um interlocutor à minha disposição. Mesmo assim, a consciência críticacontra enganações tem que estar muito acirrada, pois muitas vezes, por maisética que esta referência seja, quando se refere de política, é um mero pontode vista de lado já declarado.

 A propaganda eleitoral do candidato

Os comícios, e a propaganda eleitoral do candidato são muitoúteis para conhecermos os candidatos e analisar suas propostas, bem como sabero que ele já fez, histórico, experiência, capacidade de executar o que promete,retrospecto do que já foi bom, o que pretende fazer em nível geral elocal. 

 E por mais que seja opinião geral que o horário eleitoralgratuito é desagradável, é também verdade que uma parcela gigantesca dapopulação a assiste ( para se ter uma idéia, o ibope de 2006 no primeiro turnodas seis maiores cidades do país deu audiência média de 48 pontos). Diante entãode uma evidência desta, deparamo-nos com a incrível realidade de que apropaganda eleitoral é importante para decidir votos. E aliás é fato que, é quando a novela e o jornal mudam dehorário que as eleições mexem no dia adia de muita gente.

 Infelizmente, o que se assiste ali? O investimento demilhões de reais sendo utilizados em campanha eleitoral de marqueting, maquiagens, apologias,camaradismo, elogios de candidatos que em eleições passadas eram inimigos mortais. O que assistimos aqui: a perfeição irreal, aspromessas incríveis, o heroísmo, as melhores cores, as melhores respostas, amelhor posição, a melhor maquiagem,a mais retórica posição, a melhor estratégiade defesa e ataque. Tudo aquilo que o melhor marqueting puder comprar.

 Não, este ainda não é o melhor lugar para se conhecer umcandidato. Ajuda? ajuda. É preciso se inteirar deles? é preciso. Mas, salvoaqueles cujas propostas sejam tão ridículas ou contrárias que não se possamaquiar, então este aqui definitivamente não é o melhor lugar para investigaros candidatos.

 As reportagens.

Boas maneiras de se conhecer candidatos são nas reportagens,mesmo assim elas variarão, é claro, de acordo com quem a emissora ou editoraqueira apoiar. Cuidado, muito cuidado, pois se um jornal apóia alguém vocêcorre o risco de ver da maneira mais disfarçadamente imparcial possível o que a mídia pode fazer a umpolítico.

 Ainda assim, temos que considerar que é aqui que aparececomumente com provas o que os candidatos não querem mostrar. Dinheiro ilícito,dossiês, passados sujos vindo a tona, politicagem, corrupção, tudo isto pelotempo que o ibope e a atenção nacional queiram ver. Os jornais e reportagens,assistidas e lidas com um pensar críticosão importantes demais para avaliarmos quem é um candidato. Merece muitospontos na nossa avaliação.

 Os debates e sabatinas

Enfim, os debates. Aqui teremos um lugar ideal paraanalisarmos e conhecermos quem um candidato é, ou o que pode fazer. Não é olugar final para se definir o candidato, isto é bem verdade, mas em nossaavaliação, talvez seja o lugar mais relevante em que este se submeteparticipar.

 Teremos uma oportunidade de várias perguntas sendo feitassem uma prévia escolha do candidato, também outros lhe questionando realidadesque se queira esconder, respostas sendoreplicadas, seus pontos de vistas sendo postos em xeque. Situações que defendesendo avaliadas, situações de interesse nacional precisando ser esclarecidas.

 É certo que, sendo perguntado algo inusitado, para seresponder prontamente em poucos minutos não se pode aprofundar o que se querpassar. Mas também é verdade que não se é possível responder de modo maiscrível as realidades ímpares que possamser questionadas, surgindo possível desconcerto e confusão. É também aqui, quevemos na maioria dos casos, deste candidato, sem conseguir maquiar muito, oque pensa, o que quer fazer, o que tem adizer, a posição que toma. Para se teruma idéia, em entrevistas realizadas recentemente em uma emissora conhecida, oscandidatos foram desmentidos ao vivo e com provas na frente de todo o públiconacional, tendo que aceitar e tirar a atenção do assunto para não ficar feiodemais.

 Também aqui, nos debates, que se responde sobre assuntos quenão se quer falar, esclarecer o que não se aceita dialogar, explicar o que setem escondido, se posicionar diante de assuntos que lhe prejudicam a campanha.Políticos adversários vão tentar lhe perguntar sobre pontos fracos, e aliberdade de perguntas de diversos tipos dificultam seus marqueteiros lhesfazer decorar as melhores saídas. Cai bastante a ajuda destes, acaba ficando arealidade, pois a maior parte das mentiras que pudessem ser ditas em seupróprio comício ou programa poderiam ser terrivelmente confrontadas e desmascaradas.

 É também este um dos principais motivos pelos quais ospolíticos que estão a frente ficam, às vezes, sem aparecer a eles. Seria seexpor muito, se arriscar às situações que possa lhe embaraçar, ou lhe rotularnegativamente na mídia. 

 Conclusão

Realmente enfim, vemos que não adianta se basear apenas emuma maneira de conhecer o candidato. Mais grave ainda seria saber algo docandidato e isto bastar para definir seu voto. Temos que tomar muito cuidadopara não acabar sendo decisivo para estaeleição os meios mais frágeis do conhecimento do candidato. Como nossa vida nãopode ser somente avaliação de candidatos, procuremos os principais meios,utilizemos os meios mais simples esporadicamente, de vez em quando, mas nosatenhamos especialmente aos principais. Àqueles que o candidato mais pode serconhecido. 


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