Era dia de assembleia geral no céu, em que seria criada uma missão fundamental para colaborar com o plano salvífico de Deus para a humanidade. A Trindade, a Virgem Maria, São José, os coros angélicos e todos os santos de todos os tempos estavam reunidos para contemplar tão grande eleição.
Num determinado momento, a Trindade olha para Nossa Senhora e ela corresponde tal olhar, como aquela mesma menina que havia dado o seu sim para sempre a Deus. O Pai diz: “A Mulher!”. O Filho diz: “A Mãe!”. O Espírito Santo diz: “A esposa!”. Os santos já haviam entendido, pois no céu tudo é comunhão e perfeita harmonia com a vontade de Deus.
Levanta-se São Paulo VI e afirma: ”Mas a hora vem, a hora chegou, em que a vocação da mulher se realiza em plenitude… No momento em que a humanidade conhece uma mudança tão profunda, as mulheres iluminadas do espírito do Evangelho tanto podem ajudar para que a humanidade não decaia”. São João Paulo II aplaudiu calorosamente confirmando tudo.
A próxima a tomar a palavra foi a Beata Conchita que partilhou sobre a experiência de ser esposa, mãe de nove e fundadora (Fundou o apostolado da Cruz, em 1894,as Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus, em 1897, a aliança de Amor com o Sagrado Coração de Jesus, em 1909, a Fraternidade de Cristo Sacerdote, em 1912 e a Congregação dos Missionários do Espirito Santo, em 1914).
Era nítido que o amor esponsal ali era forte. Depois foi a vez de Santa Zélia Martin contar suas dores e alegrias vividas com São Luís e seus nove filhos… diga-se de passagem que a família Martin no céu é um espetáculo à parte. Zélia expôs como obtinha a sabedoria para conciliar o trabalho e a educação das meninas, tarefa árdua no contexto histórico que a França vivia. Teresinha fez questão de exaltar as virtudes da mãe, alegando que ela possuía uma maneira particular de chegar ao coração de cada uma. Leônia Martin sorriu e confirmou, completando: “Até os corações mais fechados”. Os santos olhavam admirados e Luís Martin fez questão de dizer o segredo da santidade familiar: “Deus, o primeiro a ser servido. Amor e confiança. Justiça e caridade”.
Agostinho de Hipona emocionado, não pode deixar de expor as aclamações à sua gloriosa mãe: ”Minha mãe, forte na piedade, já tinha vindo ao meu encontro, seguindo-me por terra e por mar, com a segurança posta em Vós, no meio de todos os perigos. Era ela, que nos riscos dos mares, incutia coragem aos próprios marinheiros que costumam animar os inexperientes navegadores do abismo, quando se perturbam: prometia-lhes a chegada e salvamento, porque Vós lho havia prometido.”
O Pai então diz: “Mães, santas mães! Eis a resposta para esses tempos!” Porém, quando eu olhava para a Terra, via mulheres tão desfiguradas, tão distantes daquilo que havia sido falado no céu, que era difícil acreditar que seria possível que tais mulheres se tornassem santas mães. Como no céu não há espaço para desânimo, mas somente para prontidão, eis que a Virgem Maria se levanta e diz: “O tempo na eternidade, sabemos, é outro”, e em instantes tudo mudou. Jesus olhava com imenso agrado para aquelas mulheres antes depravadas, amantes de uma vida desordenada, agora desejosas de uma vida de amizade com Ele. Esposas cuidadosas, mães comprometidas com seus filhos.
Olhando para Nossa Senhora, Jesus dizia: “O Espírito Santo continuou a soprar e soprar e quanto mais soprava sobre a Terra, mais mulheres eram recriadas e despertavam para sua verdadeira essência, outrora embotada pelo mundanismo e as ideologias. Edith Stein, do céu, sorria ao ver quantas mulheres eram alcançadas por seus escritos e o júbilo era sempre renovado, em cada conversão que acontecia na Terra. Formou-se um grande exército de mães, mulheres de todas as línguas e nações, tendo como comandante a Virgem Maria, que incansavelmente lhes entregava a arma desse e de todos os tempos, capaz de vencer todos os inimigos: o Santo Rosário.
Acordei…
“Mãe, mãe, manhêee, quero leite!”. Acordei do sonho com o José, meu filho de três anos, me chamando para o dever. Era o meu filho, mas era Jesus através dele, me chamando para a minha missão – aquela que o Pai pronunciou ao me criar – que se concretiza e se encarna no dia a dia de uma família numerosa: trocas e trocas de
fraldas, panelas, livros, terço, caderno de tarefa, etc.
Escrevo esta partilha que mistura imaginação, leitura e oração e muita vida real, para você, minha irmã e amiga de jornada, com meu filho de 11 meses nos braços. Essa é minha missão, minha vocação e lugar em que me sinto mais amada por Jesus. Eu era uma dessas mulheres que, se não fosse a intervenção da Virgem Maria, estaria, certamente, numa vida vazia e sem sentido, ainda permitindo que o mundo, a carne e o demônio roubassem o melhor de mim.
Desejo que neste mês de maio, mês da nossa mãe Celeste, que sejamos visitadas por ela e a nossa vida possa ser uma “carta viva” do Evangelho, onde nossos filhos experimentem, para além deste mundo quebrado e doente, que Deus é bom! Nossa Comandante celeste envia o seu exército para nos ajudar a combater desse lado, em especial nossas amigas santas casadas:
● Santa Zélia, que nos ajude a viver com generosidade a nossa maternidade;
● Santa Joana de Chantal, aquela que tivera um temperamento difícil, mas dócil a Deus por meio de seu diretor espiritual, São Francisco de Sales, e então tornou-se a padroeira da doçura; que ela rogue por nossa conversão, pelas nossas feiuras que tanto desfiguram a imagem de Maria em nós;
● Serva de Deus Irmã Amália Queija, rogai por nós mulheres que ainda somos tão orgulhosas e ásperas, rígidas, duras, e ensinai-nos a mansidão de Jesus manietado, que vos disse que num lar onde se vive a mansidão, Ele mesmo transforma numa antecâmara do Paraíso.
Não estamos sozinhas nesta tão gloriosa missão de gerar e formar os filhos de Deus. Mãe! Palavra eterna saída dos lábios de Deus. Porta pelo qual o filho escolheu entrar no mundo. Colo que foi o Altar que testemunhou a consumação da nossa redenção. Em ti, céus e terra unem-se e reconhecem o tamanho do vosso amor de mãe. Vinde em nosso auxílio! Amém!
Confira imagens da família de Viviane:
Viviane Lopes
Missão de Aparecida -SP
Consagrada Comunidade Aliança, esposa e mãe de sete filhos (dois no Céu)’