Meu primeiro Dia das Mães tinha tudo para ser um dia normal como qualquer outro dia, inclusive com uma pitada acentuada de caos.
Meu marido passaria o dia fora em um compromisso de trabalho, seria somente eu e o bebê o dia inteiro. A casa estava bastante bagunçada, a pia cheia de louça e a noite foi daquelas… com muitos despertares, bebê com dificuldade de dormir e para completar acordado a todo vapor às 5h30.
Mas Deus tinha algo especial. Ao me levantar para preparar o café da manhã, meu olhar se deteve por alguns instantes para o nosso oratório familiar. A imagem de Maria com o menino Jesus no colo me levou a um entendimento interior: o que tornaria esse dia especial seria o amor que eu depositasse nele.
Sentido da oferta
E não é para isso que nós mães existimos? Para esquecermos de nós mesmas e dedicar todo nosso amor a quem Deus nos confiou?
Entendi que foi Deus quem quis que meu Dia das Mães fosse assim. Não haveria café na cama, flores nem homenagens… Mas seria um dia em que eu buscaria viver com toda a intensidade a minha vocação materna aos moldes de Maria.
E foi olhando para a Virgem Maria que fiz a minha oração daquela manhã.
“Mãezinha, me ajuda a ter paciência com o meu bebê hoje e amá-lo com toda a intensidade que eu sou capaz. Ninar quantas vezes for necessário mesmo com dor nas costas, brincar e dar atenção a ele mesmo com tanta coisa para fazer. Que nenhuma coisa externa tire o foco do mais importante deste dia: estar inteira para o meu filho”.
E foi assim que o meu dia das Mães se tornou especial.
Primeira soneca, começo a organizar as coisas da casa. Bebê acorda. Paro tudo. Pego no colo, tento ninar. Não dorme. Ok. As coisas vão ficar para depois.
Hora do almoço. Só deu tempo de preparar a comidinha do bebê. Esquento a sobra da geladeira, preparo a mesa, sento ao lado dele e vamos ao nosso almoço especial, dedicando toda atenção e carinho que sou capaz, sem me deixar aborrecer por essa contrariedade.
Soneca da tarde. Recomeço a organização. Bebê acorda. Pego no colo, nino, coloco no berço e recomeço. Bebê acorda de novo. As costas já vibram de dor. Sorrio para ele, pego no colo e nino. Dormiu. Recomeço. Mais um despertar. Respiro. Pego no colo, nino… não dorme mais. Ok. As coisas ficam para depois.
No final do dia, me dou conta que consegui fazer tudo o que queria e o mais importante vivi um dia especial cheio de amor e dedicação para com o filho que Deus me confiou. Termino o Dia das Mães renovada na minha vocação e entendendo que o Senhor me chama a oferta da minha vida em pequenas coisas.