Inter Mirifica é o decreto do Concílio Vaticano II que trata sobre a utilização dos meios de comunicação para a evangelização, no Nº 13 o texto é categórico: “Procurem, de comum acordo, todos os filhos da Igreja que os meios de comunicação social se utilizem, sem demora e com o máximo empenho nas mais variadas formas de apostolado, tal como o exigem as realidades e as circunstâncias do nosso tempo”.
Nosso tempo é testemunha do avanço tecnológico e chegamos à era da portabilidade, tudo convergindo para um só lugar, “na área multimídia podemos aqui fazer tudo, uma simples câmera e editamos imagem, o som brutal do leitor MP3 e rádio WiFi. A conectividade permite a troca de informação simplificada, portas USB, Bluetooth, Firewire, WiFi, GPRS, UMTS, VOIP e IPTV”, afirma Vítor M. do site Peopleware.
Paulo, o Apóstolo inflamado de parresia, em sua evangelização, foi inovador no método e nos meios de anunciar o Evangelho. Não se restringiu à oralidade para testemunhar Jesus Cristo lançou mão da escrita para obter êxito na conquista e formação de novos cristãos.
Novas estradas construídas
Na época, o Apóstolo dos gentios utilizou-se das estradas construídas pelo império romano a fim de escoarem melhor os tributos e favorecer o deslocamento das tropas, além de agilizar a comunicação entre os grandes centros urbanos, a cada 30 km existiam postos de correios com hospedaria e cavalos descansados.
De Paulo a nossos dias, nos separam praticamente dois mil anos. Nesse longo hiato de tempo, o Evangelho não mudou, entretanto, a forma de anunciá-lo multiplicou-se com o avanço tecnológico e não podemos ficar à margem das tecno-vias que nos apresenta o mundo pós-moderno.
O Papa Bento XVI tocou em pontos nodais em seu pontificado sendo um deles a evangelização através dos diversos meios de comunicação social existentes. E como um profundo conhecedor de seu tempo não exita em utilizar-se desses recursos para lançar a boa semente do evangelho. Papa Francisco segue no mesmo caminho, estando presente, inclusive, nas redes sociais.
Linguagem dessa geração
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2008 já teve a cara e a linguagem dessa nova geração. O Papa enviou torpedos, telões de LED foram espalhados no meio da multidão formando “outdoors digitais de oração”, um site de relacionamento, uma espécie de Facebook Católico foi criado por ocasião do evento e o Papa também enviou mensagem a essa comunidade virtual de relacionamento.
O site do Vaticano é um primor de visibilidade; A home do estado do Vaticano possui diversas câmeras que mostram em tempo real imagens de diversas partes da cidade como da Praça de São Pedro e do túmulo de São João Paulo II.
A messe virtual é enorme e os operários são poucos, pouquíssimos. E poderíamos nos perguntar parafraseando Paulo: “Como haverá fé nesse ambiente virtual se não há quem pregue?” Como haverá anúncio eficaz se não existe quem o faça com qualidade e tecnologia de ponta?
A pessoa de Jesus Cristo precisa ser ministrada ao homem de hoje com beleza e fascínio no ciberespaço e isto se faz através de um planejamento ousado que possibilite investimento de cada instituição católica em TI (Tecnologia de Informação).
Infovias do Evangelho
As redes sociais, os sites, os blogs, os podcast, os vídeos, os celulares, dentre outros recursos, são infovias que precisam ser cada vez mais exploradas para a difusão do Evangelho com qualidade.
Todos esses meios estão à disposição e quando são orientados para a evangelização e para a formação agrada os internautas. Prova disso foi a iniciativa de Dom Francisco Paulo Machado, bispo de Uberlândia que criou um blog sobre Liturgia em Foco, no início de 2008 e seguiu o trabalho até 2013.
Bem, os meios de comunicação com suas ferramentas são amorais, depende da ação de cada evangelizador do século XXI transformá-los em arautos da verdade, em telhados dos quais se propaga com franqueza e ousadia a Boa Nova da paixão, morte e ressurreição do Senhor.
Portabilidade da comunicação
Quase nada fizemos até aqui nessa área! Mas isso não nos deve desanimar, contamos com a graça de Deus que pode transformar o tempo virtual perdido em Kairós e assim atingirmos a muitos com a força do Evangelho.
Em tempos de portabilidade da comunicação, o Evangelho não pode ficar de fora. Assim como a Bíblia esteve no início da imprensa escrita, precisamos anunciá-la com todo seu conteúdo para a era da portabilidade.
Muito interessante o tema… de quem é esse texto?