Ah! a maternidade… um dom de Deus, uma missão, a vocação de toda mulher!
Sim, toda mulher: solteira, casada, estéril, religiosa e celibatária, é chamada à maternidade e tem um coração de mãe.
Toda mulher possui no mais íntimo de si uma imensa e insatisfeita necessidade de amar e doar-se completamente ao outro. Esta necessidade somente se realiza no exercício do dom da maternidade (biológica, adotiva ou espiritual).
Isso explica o porquê de apesar de vivermos em uma sociedade cada vez mais individualista e hedonista; onde se propaga uma cultura anti-natalista, tantas mulheres ainda sonharem em ser mães!
“Sua vida nunca mais será a mesma, acabou a sua paz, você nunca mais vai dormir; esqueça viagens, planos, sonhos e ambições; seu casamento vai mudar; seu corpo nunca mais será o mesmo; se prepare para os palpites; corajosa! educar nesse mundo é difícil; é o fim da sua liberdade”.
Eis o que dizem quando tocamos no assunto em questão. Mas será que a maternidade é mesmo o fim da linha para a mulher? Ou é o seu ponto de partida?
Quando São Paulo diz que a mulher é salva pela maternidade, ele não quis dizer que os filhos são um consolo, um conforto ou a fonte da nossa alegria. Ele falava dessa capacidade própria da mulher de dar-se por inteiro, que se concretiza quando nos tornamos mães.
No amor da mãe há um centelha do amor de Deus. Ademais, é um amor pessoal, generoso, fiel, misericordioso, eterno… e acima de tudo: GRATUITO.
Assim como Cristo se doou e sacrificou-se por nós, mesmo sem merecermos, e sem nada esperar em troca; assim a mãe entrega a sua vida.
Na maternidade a mulher exerce plenamente aquilo que o Apóstolo São Pedro escreve em sua primeira epístola dirigindo-se a todos os cristãos: “quais outras pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1Pd 2, 5).”
A mulher exerce esse sacerdócio régio em seu coração quando oferece ao Senhor o dom da sua própria vida, desde à gestação: onde oferece corpo e sangue (no sacrificio parto); aos pequenos sacrifícios diários.
O sofrimento na maternidade é a cruz que nos dá de bandeja a Ressurreição. Cada pequena dificuldade é a vida nos pedindo “um pouco mais”. Daí extraímos uma grande oportunidade de crescermos em virtude.
Na maternidade somos impelidas, sacudidas a todo instante, a amar mais, a sermos mais pacientes, a sermos mais generosas, mais humildes, compreensivas, e etc.
Somos salvas quando vivemos tudo com esperança e com o olhar fixo na cruz, esperando que cada novo desafio extraia o melhor de nós.
O amor é exigente! E por isso somos salvas! O ápice da maturidade e da bem aventurança (felicidade) é o dom de si.
Outrossim, não poderia deixar de mencionar a mulher cuja maternidade salvou todo o gênero humano: Maria. Nossa mãezinha foi salva desde antes de ser concebida, já que seria mãe do nosso salvador.
E depois, em um dom sacerdotal, ela uniu-se tanto ao seu filho na cruz, que sofreu dores de parto em seu coração, “corredimindo” a humanidade e gerando Cristo em nós!
Assim cada mãe é chamada a também gerar Cristo no coração dos seus.
Que Deus nos livre de uma vida voltada para nós mesmas. Liberdade e felicidade para mim é como Cristo, alegremente poder dizer: “a minha vida ninguém toma, eu a dou livremente”.
Shalom! Feliz dia das mães!
Gabrielle Ferro