Desde Sócrates, a questão do autoconhecimento, fundamentado na frase “conhece-te a ti mesmo”, tem perpassado toda a Filosofia. Lembremos que a grande Doutora da Igreja Católica, Santa Teresa D´Avila certa vez dissera a suas filhas espirituais:
“O autoconhecimento é tão importante que, por mais próximo que você esteja do céu, eu gostaria que não descuidasse do cultivo de sua percepção de si mesmo”
É sobre este prisma que podemos nos colocar diante de Deus, de que forma podemos pensar hoje o que significa “ser”, conhecer-se a si mesmo como mulher. De que forma o pensar na essência feminina pode constituir o próprio saber de nossa identidade, nosso autoconhecimento?
Hoje vamos desvelar um pouco dos encantos da alma feminina, as características e desejos e para isso vamos conhecer mais a fundo a obra “A Mulher: Sua Missão Segundo a Natureza e a Graça” de Santa Teresa Benedita da Cruz, mais conhecida como Santa Edith Stein, filósofa e doutora da Igreja.
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De acordo com ela, todo ser humano necessita descobrir-se tal como é, e buscar a sua plenitude. Deste modo, o valor característico da mulher procede do caráter constitutivo do seu ser feminino.
“Na mulher existe uma tendência natural à totalidade e integridade em dois sentidos: Ela própria gostaria de transformar-se num ser humano completo, total e universalmente desenvolvido, além de querer ajudar também os outros a ser assim, e de ter em vista sempre o ser humano completo quando lida com as pessoas (STEIN, 1999, p. 264).
Missão sublime da mulher
Encontramos o ser-feminino como um ser de vivências sempre direcionado para a faculdade espiritual da afetividade do coração, da harmonia das relações.
Nossa santa filósofa vai além e defende que o amadurecimento no amor é a aspiração mais profunda do desejo tipicamente feminino. A maneira peculiar de ser da mulher, destina-a a uma missão sublime: desenvolver em si e nos outros a verdadeira humanidade.
A alma feminina, segundo ela, nos remete para um ser que está sempre voltado para o amor em suas atitudes, sempre percebendo a atenção voltada para o todo, cuidando, conservando e promovendo o que se encontra arraigado em forma de desejo natural.
Formação como necessidade para o amadurecimento
Na obra, Santa Edith Stein reflete ainda sobre a necessidade de um processo formativo para jovens leigas e destaca nele o papel da Igreja como instituição formativa necessária para o crescimento espiritual e humano:
“Ela (a Igreja) como esposa de Cristo gere, nutre e educa as almas com seus sacramentos e sua doutrina para a vida na graça” (STEIN, 1999, p 234).
A imagem da mãe de Deus nos revela ainda, a atitude fundamental da alma feminina que corresponde à vocação natural da mulher. Na pessoa da mãe de Jesus Cristo encontramos atitudes essencialmente femininas, posto que ela é aquela que sabe unir delicadeza e força.
Teresa pois, nos convida a celebrar a imensa dignidade do ser mulher em nossa vocação diária de amor, vocação esta tão sublime quanto a própria imensidão do ser que comportamos!
Jane de Aquino
filósofa, Shalom Geeks
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