Nesta Sexta-feira Santa, a pregação de Dom Roberto Lopes, OSB, abriu o Retiro de Semana Santa na missão Rio de Janeiro. O tema de sua pregação foi “A Obediência Filial” e o Bispo refletiu sobre a obediência radical do Senhor Jesus que, por amor, assumiu todos os pecados da humanidade na Cruz.
A Cruz é o sacrifício por excelência e ela, de uma única vez, reparou o que infinitas vítimas tentaram reparar nos holocaustos da antiguidade. Ela é o trono do Deus que, por Sua morte, faz novas todas as coisas. Por isso, neste dia Santo em que Cristo se derramou sem medidas pela nossa salvação, Dom Roberto alertou a todos sobre a urgência de meditar sobre a Cruz, de vivê-la e acolhê-la para, então, ressurgir na Ressurreição e tocar no novo que ela traz.
“Refletir no mistério da Cruz é tocar diretamente na obediência filial de Cristo, que é a fonte imediata da história da justificação. As duas coisas estão estritamente unidas.” – Dom Roberto Lopes, OSB.
Ainda sobre a relação entre a Cruz e a obediência, o Bispo traz, a figura do jardim, que é princípio, desenvolvimento e fim de toda a história de salvação. É no Éden que o homem é criado, e é também lá que ele desobedece e rompe com o Senhor, originando o pecado em nós. Posteriormente, é em outro jardim, no Horto das Oliveiras, que Jesus é traído com o beijo e entregue aos soldados para ser levado a morte. E, enfim, é também num jardim que seu corpo é depositado após a Cruz, para ressuscitar ao terceiro dia. Tudo se realiza dentro de um jardim. Foi nele que a obediência, negada por Adão, foi restaurada e assumida até a última consequência por Cristo.
“O verdadeiro fundamento de obediência cristã não é a ideia de obediência, mas é o ato de obediência. Não é um princípio como: ‘o inferior deve estar sujeito ao superior’. Não! Não se encontra na razão. É tão fundamento, que Cristo se fez obediente até a morte, e morte de Cruz.” – Dom Roberto Lopes, OSB.
Na história da Salvação, Jesus é o Filho obediente, que nos mostra o caminho da obediência. “Pela obediência de um só, todos virão a ser justos, santos. É a obediência conduz a santidade”, afirmou o bispo. Jesus tinha plena consciência da sua missão e não fugiu dela. Nós como cristãos e como consagrados, também não podemos fugir. O Senhor não se deixa levar pelo pavor, tanto que afirma em Jo 18, 11: “Será que não vou beber o cálice que o Pai me deu?”.
Jesus nos ensina que não podemos ter medo da Cruz. Ele passa pelas angústias, como nós passamos, e nos mostra que, junto ao cálice, há também as alegrias, há sempre a Ressurreição. Portanto, a mensagem central de Dom Roberto neste dia está no Evangelho: “Contudo, não seja feita a minha vontade, mas a Sua.”
Por Mariana Figueiredo