Faltam palavras para descrever a experiência da paternidade. Tive bons exemplos e testemunhos de que vale a pena toda a intensidade e desafios dessa vocação. Apesar de ter perdido o meu pai com apenas nove anos de idade, pude presenciar concretamente as lutas diárias de um provedor, protetor e mestre, sempre atento e consciente da sua missão.
Com certeza os ensinamentos recebidos na infância refletem na minha paternidade hoje. Com apenas cinco meses do nascimento da minha filha, sou beneficiado pelo testemunho de um homem que se dedicou incansavelmente aos seus. São cinco meses de muitos desafios, aprendizados, surpresas. Cinco meses acordando ao menos duas vezes ao longo da madrugada para atender a Helena. E, acima de tudo, cinco meses de indescritível gratidão.
Em certa ocasião, Santa Teresinha disse que Jesus não vê o tempo, porque é eterno. Só vê o amor. A paternidade desperta em nós a beleza de só ver o amor. De algum modo o esquecimento de si vai se tornando natural e não calculamos mais.
Neste tempo em que se exige ainda mais cuidado com a saúde, por precaução, tivemos todas as consultas da Helena canceladas para evitar contatos em hospitais. Sabendo da importância do acompanhamento médico aos recém-nascidos e que não poderíamos levá-la para consultar, oportunamente renovamos a nossa confiança no Senhor.
A partir desse movimento de abandono nas mãos de Deus surgiram muitas graças, dentre elas, a de batizarmos a Helena com exatos 2 meses. Nada poderia alegrar mais os nossos corações.
A paternidade é o que há de mais incrível na vida de um homem. Cada dia a Helena ensina algo novo. A dependência dela me faz recordar a minha total dependência de Deus. Quando ela dorme sabendo que não precisa se preocupar com nada, pois os seus pais estão ali, me recorda que também tenho um Pai que constantemente cuida de mim!
Alexandre Aguiar