A radicalidade sempre me atraiu

Na verdade, Deus me criou com um coração sedento de radicalidade e eu nem imaginava antes. Na verdade, acreditava que a radicalidade se resumia em meu longboard, no patins, no Rock e nas loucuras que fazia. Nunca me passou pela cabeça que a radicalidade evangélica era o que realmente buscava.

Cresci em uma família muito católica, fui criada realmente dentro da igreja, mas com aquele famoso pé no mundo. Enfiava o “pé na jaca” e achava o máximo!  Não fazia por mal, claro, achava esse comportamento super normal. Tinha meus amigos, meu serviço na igreja,  tinha minhas festas, meus “ficas”, meus estudos, minhas loucuras das madrugadas e eu conseguia resumir minha vida nisso. Mas Deus me chamava algo mais, me chamava a uma resposta mais radical que isso. Até porque eu nasci pra ser plenamente feliz!

Entrei para a faculdade já com muitos planos de ser a época onde iria mais “aproveitar a vida”, não vou mentir, me iludi sim com American Pie. Fui alvo dessa grande mentira (risos). Me afastei um pouco da igreja, mas não faltava a missa do domingo, já que acreditava que isso bastava e que Deus “se contentaria”. Vida de oração pra quê? Tinha que estudar, tinha que sair, tinha que beber, tinha que fazer inúmeras coisas e não tinha tempo.

Em 2012 fui para o Luau das Tribos, não pensando em evangelização, era pela festa mesmo e pela oportunidade de descolar algum menino. Por que não, né? E ali, no meio da praia, durante a adoração, tive a experiência de Maria Madalena ao ser fitada pelo olhar de Jesus. Que olhar apaixonante! Nunca havia permitido que Ele me olhasse daquela forma, apesar de estar tanto tempo ao Seu lado.  Fui para o stand do Oração e Aconselhamento e Deus novamente me surpreendeu. Fui para o Luau Quero +, fiz o seminário e naquele dia tive a certeza, encontrei meu lugar! O olhar daqueles jovens que serviam era também um olhar apaixonado, um olhar de quem também deseja a radicalidade e isso também me atraiu. E pra minha surpresa, eles eram “normais” (risos). Cara, eles gostavam das mesmas coisas que eu, tinham várias loucuras parecidas e buscavam viver a radicalidade evangélica no seu mais puro significado. Não achava que era possível, mas é! E é uma vida muito feliz!

Hoje sou Postulante de primeiro ano na Comunidade de Aliança na Comunidade Católica Shalom e posso afirmar que a vida com Deus é uma eterna aventura que vale a pena se lançar e junto com Charlie Brown Jr. cantar: “Longe de você eu enlouqueço muito mais, eu vivo na espera de poder viver a vida com você. Vejo pessoas sem saberem pra onde o mundo vai, e eu conto as horas para estar com você. Longe de você eu preciso de algo mais, eu vivo na espera de poder viver a vida com você (…)  Que mundo é esse que ninguém entende um sonho? Que mundo é esse que ninguém sabe mais amar? Pra tanta coisa que faz mal eu me disponho. Quando eu te vejo eu começo a sorrir.” Vale a pena se deixar olhar por Jesus!

por Aparecida Evaristo