Quantas vezes você já questionou os motivos dos sofrimentos? E pensou que toda dor, na verdade, não tinha nenhum propósito?
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A dor é inerente à condição humana, isso é fato. As dores, as aflições, as angústias, em algum determinando momento da vida, irão bater à porta. Não tem como fugir. Mas, o que fazer então? A dor tem um papel importante na vida humana, por meio dela, ocorrem transformações que podem servir como processos de purificação ou destruição.
Podemos questionar o porquê de tanto sofrimento, ou, reformular a pergunta: como sofrer para que, assim, ocorra a real transformação que preciso sentir?
Amado Jesus! — diz Santa Rita de Cássia — Aumenta a minha paciência, na medida que aumenta os meus sofrimentos. Rita foi um grande exemplo de acolhedora da cruz, pois, mesmo diante de tanto dor, o seu coração seguia aberto, para que, mesmo sem entender os propósitos divinos, a graça de Deus pudesse ser manifestada.
A forma como a dor atua, também, está muito interligada ao nosso posicionamento diante dela. Por isso, é importante que o olhar permaneça na Cruz de Cristo, para que a sabedoria da Cruz possa nos guiar.
A sabedoria da Cruz
Bem, o Bendita leitura dessa semana traz como dica o livro A sabedoria da Cruz, de Francisco Faus, que tem como objetivo ajudar a entender um pouco mais sobre as dores, e a melhor forma de serem enfrentadas.
Em primeiro momento, o autor tenta desfazer o entendimento, muitas vezes enraizado, que todo sofrimento é causado como castigo. “ Por que Deus me faz sofrer assim? O que eu fiz para merecer isso?”.
Quando as dores são vistas como formas de punição, o entendimento do real motivo do sofrer não é compreendido, pois, às vezes, as causas de muitos sofrimentos são para que, de forma divina e positiva, aconteçam as manifestações das obras de Deus. A dor, apresentada no livro, tem um papel misterioso nos planos divinos, que transcende o entendimento humano.
A sabedoria da cruz consiste no modo como a cruz — sofrimento e o sacrifício — é encarada. E, o livro traz como ensinamento duas cátedras importantes que norteiam o entendimento sobre as cruzes.
Pe. Faus menciona que a primeira cátedra é a da experiência cristã, que possibilita, principalmente, as experiências vividas por santos, uma compreensão profunda das dores.
Em seguida, a cátedra divina da Sagrada Escritura, da palavra de Deus. A segunda cátedra permite um olhar mais acentuado, pois um dos principais ensinamentos — do novo testamento — está no sacrifício de Cristo, que não negou a cruz, não negou as aflições da alma e soube entender que era para a maior Glória de Deus Pai.
Assim, a leitura do livro possibilita uma visão mais abrangente sobre os padecimentos que permeiam a vida, e, mais importante, um passo para a aceitação das cruzes, sabendo que, seguindo os passos de Cristo, que não recusou a dor da Cruz, é possível enxergar um farol que dá sentido a toda dor na terra.
Desse modo, afirmo que a leitura do livro oportuniza lições enriquecedoras para quem deseja ter uma apreensão a respeito das dores, ler o livro será um bom passo. Para finalizar, gostaria de deixar um dos belos trechos do livro:
“Nunca me esquecerei de um pequeno episódio da vida real, que pode ser contado em poucas linhas. Faz bastantes anos, alguém visitou no hospital um colega de trabalho, jovem, atacado por uma doença incurável e muito dolorosa. Mesmo sem poder disfarçar algum trejeito de dor, o doente sorria sempre, estava alegre e falava de maneira serena e otimista, de tal modo que confortava e reanimava os que o iam visitar. Comentou-lhe o amigo:
– Fico contente de ver que os médicos conseguiram aliviar um pouco a sua dor…
– Não conseguiram – respondeu o outro com simplicidade –. Mas eu rezo sempre, e digo a Deus: Sofro porque me dói, sorrio porque Te amo.”
Ficha de Leitura
Editora: Quadrante
Idioma: Português
por Jessiane Chaves