Casar aos 27 anos parece um absurdo nos tempos atuais e acolher de Deus o dom da maternidade nos primeiros meses da vida a dois parecia um absurdo maior ainda. Eu ouvi muitas frases do tipo: “Você é tão jovem para ser mãe… Vocês vão perder o gosto da vida de casado… Aproveita porque já já você não saberá o que é descansar…” E apesar de ouvir tudo isso, a cada oração pessoal, a cada partilha com meu esposo e em cada consulta médica o meu coração parecia só alargar para caber mais amor, muito amor!
Lembro como se fosse ontem, eu senti semanas depois da lua de mel um pequeno sangramento… Confuso de tão breve, lembrei dos ensinamentos do Método Billings e de tudo que aprendi na preparação ao matrimônio. Mandei uma mensagem para minha irmã afirmando: acho que já estou grávida! Ela me mandou relaxar e deixar o tempo falar… Mas, o meu coração já estava diferente!
Semente de eternidade
Alguns dias depois, comprei dois testes de gravidez e fiz um deles às 5h da manhã de um domingo – dia da ressurreição. Vi o positivo e meu coração parecia aumentar ainda mais! Essa descoberta era como ir entrando num mar de amor, cada sinal me levava mais fundo, me inundava!
Como quem ainda não acreditava, fui à missa no Centro de Evangelização e a música do ofertório afirmava: a semente que brota é um germe de eternidade! Naquele domingo senti uma alegria e um amor imenso frutificar! Era a vida que vem despontar!
Chegando da missa, fiz o segundo teste e mais uma vez a resposta era – SIM, Deus me fez mãe!
Agora eu já sou mãe!
Em nenhum segundo passou pela minha mente guardar segredo, esperar “maturar” ou ter margens de segurança se a gestação iria seguir. Eu já era mãe! Essa era uma certeza: daquele dia em diante eu já seria mãe para sempre! Já havia vida ali! Já era o nosso filho… Agora, estava ali meu coração e mais um! Minha alma e mais uma!
Toda essa emoção e as emoções que sinto a cada dia, com cada mexido superam todos os questionamentos sobre “ser mãe tão jovem!” Nosso casamento ganhou mais vida! Nossa juventude ganhou mais vigor! Nunca imaginei que perder noites de sono com um bebê que ama dar cambalhotas de madrugada fosse a melhor coisa a se perder! A melhor experiência de gestão de tempo que vivo hoje é essa: é tempo de gerar vida!
Passei o primeiro trimestre com muitos desafios, perdi quase 10 kg de tantos enjoos e escutei ter perdido meu futuro e que nunca mais iria descansar ou ter uma carreira profissional de sucesso. Não me arrependo de nada… Casar foi uma decisão maravilhosa e ter como fruto dessa decisão o dom da maternidade é muito mais do que eu imaginava.
1000 vezes mais
Ainda sou jovem (risos)! Jovem de outro mundo! Uma jovem esposa, uma jovem mãe e uma jovem muito feliz. O que me disseram que perdi, talvez eu tenha perdido mesmo. Porém, ganhei 1000 vezes mais! Porque a vontade de Deus me deu 1000 vezes mais!
Sei que “os filhos não são meus, sempre serão de Deus e passarão por mim!” Sei que a maternidade não é algo solitário! Ao lado dela existe a paternidade, a presença forte que sustenta minha fragilidade e protegerá nossa pequenez de mãe e filho. Sei que aprenderei verdadeiramente o que é fazer uma vigília (risos).
Nosso Senhor me dará na prática a vivência do seu convite a “vigiar e orar”! Sei que sou jovem (mãe) e mesmo tão jovem descobri uma felicidade que não passará! Gestar é participar da criação divina e sinto que além de um cordão umbilical que me une ao meu filho, ganhei uma nova forma de estar mais unida a Deus e ao seu infinito amo