“Agora o Filho do homem foi glorificado[…]” (Jo 13, 31b). No Evangelho de hoje Jesus fala da Sua glória futura como algo consumado. Não havia Ele tomado ainda a cruz, mas com esta palavra torna a Sua vitória sobre o pecado e a morte já uma realidade. O fato é que para Ele, diferente dos Seus discípulos, não existe a dúvida e possibilidade de desistir, Sua palavra é irrevogável, e quando decidiu nos amar assumindo nossa condição e tomando sobre Si nossas culpas, esta decisão era a de amar até o fim!
Pedro negou mas se arrependeu
Uma das figuras do Evangelho de hoje que nos chama atenção acerca da inconstância que existia nos discípulos, diferente da irrevogável palavra de Jesus, é Pedro. Este interpela Jesus para saber aonde Ele vai, e diante da resposta de que não poderia ainda seguí-lO, reativamente, e certamente com reto coração, usa de suas palavras para questionar o porquê de não poder ainda ir aonde o Senhor iria, e afirma que daria a vida por Jesus. Sabemos, por fim, que se cumpriria naquela noite a profecia de Jesus que afirma então que Pedro três vezes o negaria.
Nós, como Pedro, tantas vezes somos estes que com o coração desejoso prometemos dar a vida por Cristo e seguir Ele até a cruz. Porém, tantas vezes pela nossa própria impaciência destruímos a obra de Deus. Somos tentados a pensar que por nossas forças seremos santos, que nunca o trairíamos, etc etc.
O amor redime tudo
Às vezes, chegamos a questionar Deus que “deveria”, pensamos nós, agir diferente, usar do Seu poder… Pobres de nós que nos enganamos na frustrada tentativa de mais uma vez tomar o lugar de Deus. Somos impacientes diante da obra de Deus e não compreendemos que, na verdade, é a Sua paciência que opera para nos salvar.
Nos disse Bento XVI na homilia com que iniciou o seu pontificado:
“Não é o poder que redime, mas o amor! Este é o sinal de Deus: Ele mesmo é amor. Quantas vezes nós desejaríamos que Deus se mostrasse mais forte. Que atingisse duramente, vencesse o mal e criasse um mundo melhor. Todas as ideologias do poder se justificam assim, justificando a destruição daquilo que se opõe ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos pela paciência de Deus. E de igual modo todos temos necessidade da sua plenitude. O Deus, que se tornou cordeiro, diz-nos que o mundo é salvo pelo Crucificado e não por quem crucifica. O mundo é redimido pela plenitude de Deus e destruído pela impaciência dos homens.”
Assim, podemos abraçar neste dia a certeza da glória de Deus que se manifesta não por causa da força do homem, mas que se concretiza no mistério da cruz. Abracemos o caminho de Jesus, tomando a parte que nos cabe, que muitas vezes não será as honras e missão que o nosso vão orgulho busca até escondido em “martírios escolhidos”, mas será o acolhimento da mesma via de Cristo: o abandono nas mãos do Pai para que, segundo a Vontade Dele, no amor tudo seja consumado!
Thalita Lima
Retiro de Semana Santa Shalom 2024
A Comunidade Católica Shalom promoverá o seu tradicional retiro de formação e oração em uma edição híbrida. O encontro acontecerá do dia 28 a 31 de março de 2024. Entre os pregadores do retiro, estão Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Shalom. Na programação ainda haverá a tradicional Via-Sacra organizada pelos artistas Comunidade Shalom.
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