Conheci a Igreja muito nova, por meio da minha mãe, porém na pré-adolescência me afastei. Em 2009, aos 15 anos, a convite de uma irmã, na época vocacionada, com muita resistência, participei de um retiro do Projeto Juventude (setor responsável pelos jovens), onde Deus falou através de uma pessoa “Ele me chamava a uma vida diferente“. Aquilo chamou minha atenção, me deixou com muito medo, entendi que queriam que eu fosse freira, não conhecia muito as formas de vida na Igreja, e até aquele momento nem me interessava.
Porém, aquela simples experiência, Deus foi realizando uma grande obra de amor de conquista Dele em minha vida. Não conseguia explicar, mas a partir daquele encontro, eu desejava estar nas atividades da Comunidade, fui sendo cuidada pelos irmãos que faziam parte, que também colocavam serviço da Obra onde eu ia e sempre desejava mais e mais…
Em 2011, entrei no grupo vocacional. Ainda com muitas dúvidas do que Deus queria para a minha vida, mas com muita sede, querendo deixar tudo, partir em missão. Deus me chamava a partir em missão na minha própria terra, como Comunidade de Aliança, evangelizando através de minha vida, nos meios seculares, no trabalho, nos estudos, na família, vivendo a honestidade, a justiça, sendo o “feliz terceiro”, não sendo conivente às corrupções, cada vez mais comuns no ambiente de trabalho, vivendo a castidade, submetendo minha vida e decisões a vontade de Deus. Deste modo, ingressei em 2013 na Comunidade, onde Deus me chamava a uma vida como leiga Consagrada.
A vida consagrada não se esgota
Já com seis anos de Comunidade, consagrada a Deus, Ele me inquietava a partir em missão, de maneira geográfica. Uma loucura, já que trabalhava, tinha meu namoro, tinha minha família. Mas, o próprio Senhor que diz no seu Evangelho: “Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém, eu vos digo: nem o
rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles.” Deus de tudo cuida! Então, em diálogo com as minhas autoridades no Carisma, fomos discernindo.
Parti em missão para Juazeiro do Norte-CE, terra de Romeiros devotos de Padre Cicero e Nossa Senhora Mãe das Dores. Uma terra onde vi a oração dos simples, que vem de todos os lugares do nordeste, nas romarias pedir e agradecer e; nessa simplicidade de coração, alcançam o coração de Deus. Deus é simples! Sem contar a experiência de Pastoreio: Deus me chama a cuidar de almas! Através do chamado a pastorear e com os irmãos da Comunidade de Vida onde transborda o Carisma, Deus me deu a certeza de que nele é meu lugar.
E como um bom Pai, que cuida de tudo, ao retornar, em pouco tempo tive a graça de noivar e pouco tempo depois viver o Sacramento do Matrimônio. E mesmo recém casada, o Senhor me chamou novamente a partir em missão: assumindo desta vez uma célula comunitária de Postulantes, que são aqueles que iniciam no Carisma Shalom o caminho para uma vida consagrada.
É uma grande responsabilidade, uma missão que a cada dia vejo maior que eu, mas que é o Senhor o Bom Pastor que de tudo cuida. Vejo através da vida de cada um, a minha vida consagrada ser renova a cada dia, por meio da alegria e fervor que trazem, pela novidade do Carisma. Provo do encontro de gerações que nosso fundador, Moysés, já falava há alguns anos através da Revista Escuta.
A vida Consagrada é bela, muito dinâmica e por isso muito feliz! É como diz Bento XVI: “Quem deixa entrar Cristo, não perde nada, nada – absolutamente nada daquilo que faz a vida livre, bela e grande. (…) Ele não tira nada, e doa tudo. Quem se doa a Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri, escancarai as portas a Cristo – e encontrareis a verdadeira
vida. Amém.
Lorena Pacheco, Missão de Macapá – AP