Quando eu pensei nisso, também achei estranho e sem sentido, mas refletindo um pouco até que tem um sentido por trás. Imaginemos um casal que vai dançar uma valsa, uma dança que, como muitas outras, precisa de docilidade, depende de confiança, até mesmo intimidade.
Escrevo essas coisas pois eu consigo distinguir como danço com irmãos que tenho intimidade e com aqueles que não, e percebo que com aqueles que conheço a mais tempo é mais fácil para mim me deixar ser conduzida, diferente daqueles que eu não conheço tanto. E é nesse segundo caso que quero fazer a comparação com a nossa vida de oração.
Aquele irmão que não temos intimidade vai ter que ter paciência conosco, respeitar nosso tempo e, mais ainda, demonstrar confiança que ele sabe o que está fazendo. Do contrário, você ficará lá, mais dura que uma pedra. O nosso relacionamento com Deus é assim, aos poucos Ele vai nos ajudando, vai nos conquistando, vai nos fazendo perceber que podemos nos deixar ser conduzidos, que Ele sabe o que está fazendo, que o controle da nossa intimidade é Dele.
Ele respeita nosso tempo e nos chama a manter os olhos fixos nos dele, ou você já viu alguém dançando bem olhando para os próprios pés? Eu nunca vi, não funciona, não dá certo, é necessário o abandono.
Falei do papel de Deus como o nosso par perfeito, mas também tem nossa parte nesse processo: confiar. Confiar que Ele sabe, acreditar que, mais do que ninguém, ele conhece nosso tempo. Não é do dia para a noite que iremos confiar. Não é na primeira dança que tudo estará resolvido. Não é na primeira dança que estaremos lá plenas, tranquilas. É um processo demorado, e Deus, como amigo zeloso que é, saberá cuidar de nós, dançar a nossa música no nosso tempo.
Maria Thereza Medeiros Brazão,
Vocacionada na Missão de Natal
Que sábias palavras e colocações. Adorei Maithe
Que texto incrível! Saio daqui com uma nova visão da oração.