Ao lembrarmos do brado de São Francisco: “o Amor não é amado!”, somos levamos aos Escritos da Comunidade Católica Shalom, no capítulo do Amor Esponsal, parágrafo 2, em que, com esta exortação, Francisco, como um dos baluartes da vocação Shalom, toca os nossos corações.
Como somos tocados por este brado?
Ao olharmos para vida do jovem Francisco, percebemos que ele tinha em mente que a Graça não deseja ser louvada e o vício não pode suportar ser desprezado. Que a sua mente aquietava-se e repousava na humildade.
Francisco afirmava:
“A paciência é minha filha. Deus vê a santa pureza do coração. Se amares, serás amado. Se servires, serás servido. Se temeres, serás temido. Se te comportares bem para com os outros, convém que os outros se comportem bem para contigo. Mas, verdadeiramente é bem-aventurado aquele que ama e não deseja ser amado. Bem-aventurado é aquele que serve e não deseja ser servido. Bem-aventurado é aquele que se comporta bem com os outros e não deseja que os outros se comportem bem com ele. Por serem estas coisas altíssimas e de grande perfeição, os insensatos não as pode conhecer e nem conquistar”.
São Francisco e o Carisma Shalom
“Quem sou eu e Quem és Tu?” – dizia Francisco. “Deus não podia escolher criatura mais miserável do que eu para manifestar a Sua Glória”.
Este elo entre a vida de Francisco e o Carisma Shalom é a humildade, que nos mostra a influência da sua vida traduzida em nossos Escritos no Amor Esponsal itens 5 e 6. “Em seu infinito Amor o Pai quis escolher almas esposas para Seu Divino Filho e para isso não escolheu as melhores, as mais belas, mas afim de manifestar Sua Glória e Seu Poder, resolveu escolher as mais pecadoras e as mais fracas, os vasos de argila, para aí realizar Sua grande Obra”.
Precisamos reconhecer que somos os menores, os mais fracos, os mais pecadores, os mais miseráveis, e que nenhum mérito possuímos por nós mesmos.
A influência de São Francisco de Assis no Carisma Shalom faz-nos perceber como é suave a estrada do Amor. Sem dúvida, pode-se cair, pode-se cometer infidelidades, mas o amor, por saber tirar proveito de tudo, bem depressa consome tudo o que pode desagradar a Deus, só deixando uma humilde e profunda paz no fundo do nosso coração.
Embora fosse o mais perfeito de todos, São Francisco não acreditava em sua perfeição e se julgava absolutamente imperfeito. Embora almejasse a santidade, sabia que por ele mesmo não a alcançaria.
Que possamos ser motivados e influenciados pelo “pobre de Assis” e que jamais nos esqueçamos que, por nós mesmos, não poderemos alcançar a santidade, senão apoiados inteiramente por Sua Graça e por Sua infinita Misericórdia.
São Francisco de Assis, Rogai por nós!
Valdo Lacerda,
Missionário da Comunidade de Aliança