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Abertura a vida: Brasil possui mais de 4 mil crianças a espera de adoção

Diante das discussões envolvendo abertura a vida e defesa dos direitos das crianças, a adoção torna-se uma via para garantir o direito de um lar

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Assegurar a vida e o bem-estar dos pequenos torna-se uma missão mais próxima do que se imagina, já que temas como abertura à vida e o abuso de menores são discutidos no dia a dia do país. Diante disso, a adoção pode ser um meio de alcançar mais de quatro mil crianças nessa luta. 

De acordo com dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) em todo Brasil, há 4.467 crianças disponíveis para adoção, destas, cerca de 18% apresentam deficiência física e/ou intelectual. Mesmo assim, apenas 230 pretendentes, dos mais de 35 mil, aceitam acolher crianças com algum tipo de necessidade especial.

A realidade é ainda mais dura para as crianças mais velhas, pois cerca de 48% delas tem mais de 12 anos, enquanto apenas 0,9% dos pretendentes escolhem acolher crianças nessa faixa etária. Logo, a espera pela adoção passa ser uma contagem regressiva para os 18 anos, já que nesta idade deixam a tutela do Estado e são reintegradas na sociedade.

Pai e mãe segundo o coração de Deus

Ao entender que a adoção é também uma forma de abertura à vida dos mais indefesos, Verastela e Humberto Nascimento, missionários como Comunidade de Vida em Brasília (DF), ouviram de Deus o chamado para terem filhos segundo o coração d’Ele. 

“Se Ele quisesse nos dar filhos, nós estávamos abertos”, conta Vera. Depois de entender e partilhar com as autoridades da Comunidade, o casal tratou de seguir com o cadastro nacional para famílias que querem adotar. 

Os próximos meses foram recheados de visitas à Vara da Infância e da Adolescência como uma forma do casal ser conhecido. A burocracia não foi motivo de murmuração para Vera e Humberto, já que o primeiro documento pedido foi a comprovação de renda – que missionários não possuem. 

Todo o obstáculo no processo da adoção é necessário, porque acolhemos um filho na nossa família”, relata Vera. “A burocracia no processo da adoção não é um empecilho e nem um obstáculo, mas é a certeza de que, quanto mais eles nos questionam e eles querem de nós uma respostas, mais estávamos presentes no processo”, conta.

Hoje, o casal tem como filhos dois grandes tesouros: o Kelvim e Anna Isabel. Desde então, Vera e Humberto passaram a ser pais do coração, que não são nem um pouco menos do que pais biológicos. 

A adoção me salvou!

Também Isabela Carvalho, missionária como Comunidade de Aliança em Sobral (CE), foi alcançada pela adoção. A mãe biológica de Isabela a abandonou na porta da casa de seus pais adotivos, com poucos dias de vida.  Além disso, ela deixou um bilhete com a data de nascimento e com que tipo de leita a criança era acostumada. 

Isabela relata que, apesar de sua mãe não ter escolhido suas características físicas, a alegria por uma filha é a mesma. 

“A minha mãe não escolheu a cor do meu cabelo, da minha pele, dos meus olhos e hoje, eu creio né, que ela seja muito feliz com a minha chegada”, explica em entrevista ao Podcast Shalom da missão de Sobral. 

Casada, Isabela  não tem vergonha de sua história. Para ela, a descoberta da adoção foi um barato. “O meu pai me sentou e contou quando eu tinha três anos. Ele disse que eu tinha dois pais e duas mães, um da barriga e outro do coração. Eu tinha achado um máximo!”, conta. 

Para se candidatar para adoção, o primeiro passo é levar a documentação para o Fórum ou Vara da Infância e da Juventude mais próxima. Após isso, a família pretendente passa por oito etapas, incluindo análise dos documentos, programas de preparação, conclusão do cadastro e, enfim, a adoção. 

A descrição total do processo estão disponíveis no site do Conselho Nacional de Justiça


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