A Inércia do Pecado e a Esperança da Luz
O que significa estar nas trevas? Muitos jovens podem estar vivendo nessas condições sem perceber, sentindo-se perdidos, sem direção ou presos em uma rotina que parece não oferecer propósito. Estar nas trevas não é apenas estar em completa escuridão física, mas uma ausência de luz interna, de conhecimento e de clareza. É como caminhar em um labirinto sem saída, onde a luz que deveria guiar os passos parece distante ou invisível. O Papa Francisco nos alerta: “Quando nos afastamos de Deus, apagamos a luz, nos deixamos envolver pelas trevas e, aos poucos, o nosso coração se endurece”.
Muitas vezes nos deparamos com situações que nos colocam nas trevas sem que se demos conta: a busca incessante por aprovação, a pressão para corresponder às expectativas sociais e a tentação de buscar satisfação em coisas passageiras. A rotina do dia a dia, com seus desafios e dificuldades, pode colocar os jovens em um estado de confusão e estagnação, mesmo sem que percebam.
Mas como o pecado nos paralisa?
O pecado tem o poder de nos prender em uma inércia espiritual. A inércia é, essencialmente, a resistência à mudança; quanto mais tempo ficamos parados, mais difícil se torna mover novamente. No contexto espiritual, o pecado funciona como um peso invisível que nos mantém estagnados, acostumando-nos a uma vida sem progresso. São João Paulo II afirmou: “O pecado é a negação da verdadeira liberdade. Ele nos leva ao vício e à escravidão, nos distanciando da plenitude de vida que Deus deseja para nós”.
A inércia causada pelo pecado não se apresenta de forma abrupta, mas vai se infiltrando aos poucos, seduzindo com promessas de prazer imediato, enquanto constrói barreiras invisíveis que nos mantêm em uma prisão silenciosa. A vida de oração é o melhor remédio para esta situação. Santa Teresa de Ávila nos ensina que “A alma, sem oração, vai se obscurecendo, porque perde a luz que provém de Deus. E a luz, na vida espiritual, é o que nos faz enxergar o caminho”.
As armadilhas do mundo
A sociedade atual, com suas distrações tecnológicas e valores que promovem a gratificação instantânea, oferece armadilhas constantes. A promessa de felicidade imediata por meio de prazeres momentâneos — como o uso excessivo de redes sociais, a busca incessante por validação ou o consumo exacerbado — mascara um vazio profundo. São João da Cruz dizia que “A alma que está presa aos prazeres terrenos não pode encontrar sua alegria verdadeira em Deus”. O mundo moderno oferece distrações que afastam o jovem de uma busca mais profunda por sentido e plenitude, mantendo-os presos a ilusões temporárias.
A esperança que irradia a escuridão, a cegueira e a paralisia do pecado
No entanto, há uma saída. A luz de Deus é capaz de dissipar até as trevas mais profundas. Como disse Jesus em João 8:12: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” A verdadeira saída de si começa com o reconhecimento do estado de inércia causado pelo pecado e a busca por uma transformação genuína. O Papa Bento XVI nos recorda que “Deus é luz, e Ele quer nos tirar da escuridão do erro, da confusão e do pecado”.
Assim como no testemunho de um jovem, que diz: “Cresci sendo ensinado a buscar sucesso, uma boa carreira e uma vida financeira estável. Coloquei o trabalho no centro de tudo, acreditando que isso me traria a felicidade que tanto almejava. Após terminar minha graduação consegui um bom trabalho, uma boa estabilidade finacneira, casa própria. Porém, mesmo conquistando tudo o que planejava, havia um vazio dentro de mim. Esse vazio era a falta de Deus. A centralidade que eu havia dado ao meu trabalho e aos meus projetos financeiros havia me afastado Dele. Foi em um Acamp’s, que tive uma experiência profunda com o amor de Deus. Essa experiência foi como uma luz que preencheu o vazio que eu sentia, me tirando das trevas e colocando Deus no centro da minha vida. O Papa Francisco também nos lembra: “Somente Deus pode preencher o vazio que tentamos preencher com as coisas deste mundo. É Ele quem dá sentido à nossa vida.”
Rompendo a paralisia do pecado
Romper com essa inércia é possível. O primeiro passo é o arrependimento. A confissão de nossos erros e a busca por perdão nos liberta das correntes que o pecado colocou em nossas vidas. São Pio de Pietrelcina nos orienta: “O arrependimento é o primeiro passo para a graça de Deus. Ele nos tira da prisão do pecado e nos abre as portas da vida eterna”.
A partir daí, estabelecer uma rotina de oração e busca pela Palavra de Deus é essencial. Como disse Santo Agostinho: “Nossa alma não encontrará repouso enquanto não descansar em Ti, Senhor”. A boa notícia é que, por mais profundas que sejam as trevas, sempre há uma luz à espera. Não importa o quão paralisado você se sinta agora, a mudança é possível. O Papa João Paulo II nos assegura: “Não tenhais medo! Abri, escancarai as portas a Cristo. Somente Ele tem palavras de vida eterna.”
Redação por Fabio Borges