Igreja

Antes do Angelus, Papa preso 25 minutos no elevador

Atraso no início do Angelus causou apreensão. Foi o próprio Papa Francisco a explicar a causa do atraso: 25 minutos preso no elevador do Palácio Apostólico. Foi “salvo” pelos bombeiros do Vaticano.

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Os olhares estavam todos voltados para a janela do Apartamento Pontifício, aguardando a abertura das cortinas que indicam a chegada do Papa Francisco, que antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, propõe uma reflexão sobre o Evangelho do domingo.

Como costuma ser pontual, o passar dos minutos sem a presença do Pontífice começou a provocar certa apreensão entre os peregrinos e turistas, mas também por quem acompanhava a transmissão pelos meios de comunicação. O mistério foi desvendado pelo próprio Francisco, em suas primeiras palavras:

“Antes de tudo, tenho que me desculpar pelo atraso, mas houve um incidente: fiquei preso no elevador por 25 minutos! Houve uma queda de tensão e o elevador parou. Graças a Deus vieram os bombeiros – agradeço muito a eles! – e depois de 25 minutos de trabalho,  conseguiram fazê-lo funcionar. Uma aplauso aos bombeiros!”

Palavras do Papa sobre o Evangelho

O Evangelho deste domingo mostra-nos Jesus participando de um banquete na casa de um chefe dos fariseus. Jesus olha e observa como os convidados correm, se apressam para conseguir os primeiros lugares. É um comportamento bastante difundido, também em nossos dias, e não somente quando somos convidados para um almoço: habitualmente busca-se o primeiro lugar para afirmar uma suposta superioridade sobre os outros.

Na realidade, essa corrida aos primeiros lugares faz mal à comunidade, quer civil como eclesial, porque destrói a fraternidade. Todos conhecemos estas pessoas: galgadores, que sempre se agarram para subir, subir. Fazem mal à fraternidade, prejudicam a fraternidade. Diante dessa cena, Jesus conta duas breves parábolas.

A primeira parábola é dirigida àquele que é convidado para um banquete e o exorta a não ocupar o primeiro lugar, «para que – diz ele – não aconteça que tenha um convidado mais digno do que tu e aquele que convidou os dois venha te dizer: “Por favor, para trás, dá lugar a ele!” Uma vergonha! Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar.”

Em vez disso, Jesus nos ensina a ter a atitude oposta: “Quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’!”. Portanto, não devemos buscar por iniciativa própria a atenção e a consideração de outros, mas sim permitir que sejam os outros a dá-la.

Jesus nos mostra sempre o caminho da humildade – devemos aprender o caminho da humildade! –  porque é o mais autêntico, o que também permite ter relações autênticas. A verdadeira humildade, não a humildade fingida, aquela que no Piemonte se chama a “mugna quacia”, não, aquela não. A verdadeira humildade.

Na segunda parábola, Jesus se dirige àquele que convida e, referindo-se à maneira de selecionar os convidados diz a ele: «Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir”(vv. 13-14).  Também aqui, Jesus Jesus vai completamente contracorrente, manifestando como sempre a lógica de Deus Pai. E também acrescenta a chave para interpretar esse seu discurso. E qual é a chave? Uma promessa: se fizerem assim,  “receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

Isso significa que aquele que assim se comportar, terá a recompensa divina, muito superior à retribuição humana que se espera: eu te faço esse favor esperando que tu me faça outro. Não, isso não é cristão. A generosidade humilde é cristã.

A retribuição humana, de fato, geralmente distorce os relacionamentos, os torna comerciais, introduzindo o interesse pessoal em uma relação que deveria ser generosa e gratuita. Em vez disso, Jesus convida à generosidade desinteressada, para abrir-nos o caminho em direção a uma alegria muito maior, a alegria de ser partícipes do próprio amor de Deus que nos espera, todos nós, no banquete celeste.

Que a Virgem Maria, “humilde e mais elevada que uma criatura” (DANTE, Paradiso, XXXIII, 2), nos ajude a reconhecer-nos como somos, isto é, pequenos; e a nos alegrarmos em dar sem esperar recompensa.

O Corpo de Bombeiros no Vaticano

Um Corpo de Bombeiros da Igreja já existia no tempo dos Estados Pontifícios, sempre bem equipado e dotado de equipamentos de combate a incêndio, como evidenciado por gravuras e aquarelas que remontam ao ano 1820.

No início do século XX, um serviço da Guarda Contra Incêndios operava nos Sacros Palácios Apostólico. Em 1941, sob o Pontificado de Pio XII, foi criado o Núcleo dos Bombeiros quando – em plena Segunda Guerra Mundial – a situação bélica sugeria constituir uma realidade operacional bem organizada, treinada e equipada com meios eficazes de intervenção de emergência na Cidade do Vaticano e em áreas extraterritoriais.

A Caserna do Núcleo passou a ter sua sede em locais especialmente preparados para este fim nos Palácios Vaticanos, com entrada pelo Pátio do Belvedere, onde está até hoje.


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