Tínhamos 18 anos! Nos conhecemos na Comunidade Shalom, ficamos amigos e após um namoro de 6 anos nos casamos! Sempre pensamos em ter filhos, desejávamos uma família numerosa! Esse desejo partia também do fato de vermos o testemunho famílias da Comunidade e da consciência de que havia uma missão para nós como família nesse mundo.
Na adolescência, minha esposa descobriu que havia nascido com dois úteros. Isso mesmo: dois! Após o casamento, descobrimos que ela tinha também uma doença chamada endometriose e que provocava infertilidade; o que dificultou conseguirmos engravidar ao longo dos anos. Ela precisou passar por vários procedimentos, inclusive, um no qual retirou um dos úteros e uma trompa.
O Deus do impossível
Tentamos ao longo de 12 anos diversos tratamentos que, claro, não ferissem nossa moral cristã, mas nada! Até que ano passado a médica que nos acompanha desde o início propôs mais um cirurgia que, segundo ela, poderia ser eficaz, mas também seria nossa última chance. Minha esposa, então, passou pela cirurgia e, dois meses depois, um exame mostrou que ela estava ovulando pelo lado que não tinha trompa e, recebemos a má notícia de que, dessa vez, não seria possível engravidar.
Mas, o que estava por vir se enquadrava não no possível, mas no impossível! Foi, então, que semanas depois suspeitamos que minha esposa estava grávida. Compramos um teste de gravidez e, para minha surpresa, fui acordado com um grito: Dieeeeeeeegooooooo! Acooooooorde!!!! Deu positivoooooooooooo!!!!! Foi um misto de surpresa e felicidade! Surpresa porque não esperávamos, mas felicidade por acreditar que estávamos experimentando de um MILAGRE!
Da paternidade espiritual à paternidade biológica
Sou consagrado da Comunidade de Aliança Shalom, com promessas definitivas e nesses 20 anos sempre vivi a paternidade espiritual, especialmente como formador pessoal e comunitário. Sempre busquei motivar meus “filhos” a encontrar o melhor de si e não desistirem da vontade de Deus e a zelar pelo mais sagrado deles: a vida de santidade! A paternidade biológica aperfeiçoou tudo isso! Mírian Fátima! Uma linda menina! Ao vê-la pela primeira vez, não sabia o que fazer. Muita coisa mudou em minha vida com o nascimento dessa pequena criaturazinha! Tê-la nos braços, frágil, dependente, inocente, confiando em mim mexe muito comigo. Trocar fralda, dar banho, perder horas de sono, ajudar a mãe no que é necessário, acompanhar seu crescimento também me faz sentir ainda mais responsável por minha família. Continuamos abertos à vida, inclusive estamos cadastrados na fila da adoção, por acreditar que Deus ainda nos reserva mais na nossa missão como família!
O que poderia mais dizer sobre essa experiência da paternidade? Quando nasceu minha filha, nasceu também um novo homem!
Diêgo Prado
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Consagrado da CAL
Missão Aracaju