“Este será o último? Agora parou? Quantos você ainda planeja ter? Essas são algumas perguntas que me rondam há cerca de 7 anos. Quando me casei, dentro de um mês estava grávida do meu primeiro filho. Hoje, estou na quinta gestação e ainda não sei responder a nenhuma dessas perguntas.
Como posso responder algo que não está sobre o meu controle? ‘O Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor!’, Jó 1, 21.
Quando estávamos noivos, eu e Jânio, estudávamos sobre o matrimônio e rezávamos para que em nossa história se cumprisse a Vontade Divina. E que nós, em nossas fraquezas e imperfeições, não fossemos empecilho para o fluir da graça na nossa vida e na de tantos quantos o Senhor nos enviasse.
Claro que nesse processo surgiu a questão dos filhos: quantos teríamos? E se Deus nos desse infertilidade? Como poderíamos mensurar o valor de uma vida? Seríamos capazes de prover o necessário para uma grande família? Iríamos acolher os filhos adotivos que o Senhor quisesse nos confiar? E os filhos espirituais?
Um mar de perguntas poderia frustrar nossos sonhos futuros, por que quem de nós é capaz de prever aquilo que ainda está por vir? Resolvemos deixar que a Divina Providência conduzisse nossa família e deixamos nas mãos de Deus nossos mais profundos anseios e incertezas. ‘Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado’, Mt 6, 34.
Quando João nasceu, nosso primeiro filho, fui dominada pela insegurança. Como corresponder a algo tão grande como a maternidade? Cansaço físico, emocional e psicológico. A rotina da casa estava desestruturada. Minha vida controlada e ordenada estava um verdadeiro caos. Na minha mente um outro filho era inconcebível. Comecei a estudar e a praticar o Método Billings e isso me deu uma maior segurança.
Um ano depois, Deus foi falando ao nosso coração e me fez desejar ardentemente um outro filho. Sentíamos falta do cheiro de bebê em casa! Engravidei de Rebeca e quando ela nasceu fomos surpreendidos por uma má formação em seu membro superior esquerdo. Isso não nos roubou a alegria, mas brotou em mim a insegurança de uma nova gestação. Mesmo com as questões genéticas descartadas, meu coração não se tranquilizava.
Novamente um ano se passou, e em uma reciclagem Deus falava fortemente ao meu coração que estava na hora de vir outro filho. E eu lutava com Deus porque estava com muito medo. E… Deus venceu! Engravidei de José que partiu ao céu com 19 semanas de gestação. Essa gestação nos uniu ainda mais profundamente com a vontade de Deus, fazendo-nos compreender que para nossa família o céu tinha muitos assentos, e o primeiro já havia sido ocupado.
‘Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas’, Sl 126. Hoje, diante dos enjoos e fadigas próprios do início de uma nova gestação, fico encantada ao ver meus filhos felizes e cheios de expectativa para a chegada de um(a) irmã(o). Se é fácil? Com certeza não! É muito difícil! Mas não os filhos em si. Difícil é continuamente sair de si mesmo e ir ao encontro do outro. Sair da comodidade da certeza para se lançar nas incertezas. É um contínuo deixar tudo para encontrar O TUDO”.
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