Existem papéis capazes de marcar para sempre a carreira de umator. Foi o que aconteceu com o ator italiano Daniele Liotti quando, há dez anos, interpretou Santo Antônio de Pádua em um filme. Santo Antônio foi “um homem de Deus, foi capaz de me colocar em crise, levando-me a descobrir uma profundidade escondida”, contou o ator para A Sua Immagine (4 de outubro).
O ator romano contou também sobre seu papel como o Beato Carlo Gnocchi, sacerdote extraordinário que conseguiu construir uma obra de caridade no tempo pós-guerra, uma obra que é ativa até hoje.
“Foram histórias que me ajudaram muito – disse Liotti -. Certamente contribuíram para acrescentar e intensificar uma féque sempre foi um baluarte e um ponto de referência da minha vida. Algo que cresceu através da leitura de livros e textos para me preparar melhor na interpretação do papel tão intenso sobre o perfil espiritual, mas sobretudo como estilo de vida. Deixei, assim, a mim mesmo, no meu dia a dia, para tentar construir dentro de mim uma espiritualidade, uma profundidade baseada na direção ao próximo. Nasceu em mim um desejo de me colocar estas questões não somente egoístas, mas voltadas para os outros”.
Mas como se preparou para levar ao set uma figura tão complexa? “Antes de tudo – explica o ator – decidi fazer o corte de cabelo exatamente como tinha Antônio. Me chamaram um pouco tarde para interpretar este papel e, como sou do tipo zeloso, severo e crítico no meu trabalho, não me sentia pronto o suficiente e queria me renovar”.
“Compartilhei deste sentimento com o diretor, que me convidou a fazer uma pausa antes da decisão definitiva. Estávamos em Portugal e em poucas horas eu precisava decidir. Fui para meu quarto, me aproximei da janela e percebi que estranhamente a rua onde estava o hotel se chamava Rua Santo Antônio. Naquele momento me arrepiei e senti uma tontura. Me deitei e apoiei a cabeça na cama, estava febril. Fechei os olhos por alguns minutos e naquele momento tive a sensação como se alguma coisa diante a mim se abrisse, se clareasse um novo horizonte. Me levantei fortemente convicto de continuar a gravação. Ali começou o meu caminho feito essencialmente de busca e de estilo de vida”, contou o ator.
Falando da sua ligação com a oração, Liotti afirmou que tem uma relação íntima com Deus: “Gosto de ter longas conversas com o Senhor, falar com Ele me faz bem, sobretudo no fim do dia. Me traz a sensação de plenitude, como se as horas que vivi não tenham sido em vão, mas cheias de um sentido maior, diferente”.
Fonte: Aleteia