“Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6,43). A leitura desatenta ou superficial dessa afirmação de Jesus poderia levar alguém a dizer: “Ah! Então, estou tranquilo! Se nunca me interessei por uma vida de fé na Igreja com outros fieis que amam a Deus, então é sinal de que o Pai nunca me atraiu! Eu sou inocente, o Pai é que nunca me atraiu!” Aí é que nos enganamos. Deus é um Pai amorosamente perfeito.
Alguém pode se perguntar: Mas Ele não é Deus? É só estralar os dedos e todos nós estaremos com Ele num segundo. Ele é Deus, exatamente por isso! O amor faz parte de sua identidade mais profunda. Ele não nos quer ao lado dele como gente: hipnotizada, escrava ou a força. Assim sendo em sua santa sabedoria, Ele possui recursos amorosos de atração. Quer alguns exemplos? Um convite para uma missa, para um grupo de oração, para uma novena, um artigozinho como esse, etc! São instrumentos que Deus usa para chamar nossa atenção.
Algumas vezes, temos a impressão de que Ele esta gritando, suplicando, implorando e muitos fazendo de conta que estão surdos. Jesus no Evangelho faz a seguinte revelação: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atraí. E eu o ressuscitarei no último dia” (João 6, 45). E diz ainda: “Todos serão discípulos de Deus. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído vem a mim” (João 6, 46). Olha só que afirmação maravilhosa: “todo aquele que escutou o Pai”. Escutar, no sentido bíblico, é obedecer, é abraçar o que a escuta sugeriu. Mesmo hoje, no senso comum, uma pessoa que não acolhe, um boa orientação, dizemos o que a respeito dela? “Fulano não deu ouvido”. Dito num bom cearense: é “máluvido!
Aconselhar quem não quer conselho é o mesmo que jogar “pérola aos porcos”. Se alguém foi bem sucedido num concurso público ou vestibular, o foi porque soube aproveitar as oportunidades: leituras, exercícios, aulas, palestras à sua disposição. Não adiantaria ter os melhores professores, material pedagógico, mas não aderir de coração e não se dispor. Deus é um instrutor, treinador e orientador perfeito. Possui uma pedagogia transbordante de amor. Contudo, há algo que Deus não pode violar. Sabe o que? Nossa liberdade. Qual foi a última vez que você parou e colocou-se numa postura de alguém que quer crescer? Crescer, porém, no sentido, mais evangélico e cristão da palavra.
Crescer aqui não é ficar rico como alguns andam pregando hoje em dia. Deus é um pai responsável! Pais responsáveis, por mais atarefados que sejam, não resistem aos seguintes pedidos de seu pequeno: “Papai, mamãe, me ajude a fazer o dever de casa, me ensine a calcular”. Quantos na infância não receberam uma aula do pai ou da mãe? Aprendemos: como andar de bicicleta, a nadar, a soltar pipa, rodar pião. Meu pai, por exemplo, se empolgava parecia o técnico da seleção, quando eu fazia uma pergunta sobre futebol.
Penso eu, mesmo nos meus limites humanos, que Deus fica muito, mas muito mais feliz quando um de nós, se aproxima dele e diz: “Pai, em nome de Jesus, me ensina a perdoar! Me ensina a amar! Me oriente, Pai querido, sobre como vencer esse pecado. Me ajude a superar esse limite de personalidade, etc”. Quando seus pequenos começam a apresentar os primeiros sinais, ainda que mínimos de crescimento, o orgulho paterno vai as alturas. “Esse é meu garoto!” “Essa é minha princesa!”
Quem nunca ouviu isso? Ser adulto para Deus é ser santo. Nos coloquemos sempre, na bendita postura, dos que desejam ser instruídos, treinados e educados pelo Senhor. Eu quero ser o orgulho desse bendito e santo pai . E você quer? Deixe sua mensagem.
Shalom!
Por Rodrigo Santos