Formação

Autoridade a serviço dos pequeninos

comshalom

Talvez nos agrade ordenar aos outros, fazer projetos e ter a nosso redor quem nos obedece e os realize sob nosso comando.

Oevangelista Marcos 9,30-37 nos apresenta Jesus já ao fim de sua vida naterra, quando será crucificado. Ao longo da caminhada, aproveita dealguma circunstância para instruir os Doze apóstolos. Pela segunda vez,anuncia-lhes que em Jerusalém será preso, processado e morrerá na cruz,mas ressuscitará. Os apóstolos têm medo de ter compreendido, mas nãoousam interrogá-lo. Seus pensamentos vão em direção oposta aospensamentos do Senhor. Somente quando se deu a ressurreição chegaram aentender Jesus.

Partindoda Galiléia, estão todos com seus problemas pessoais e com o cálculo deseus interesses. Pensavam: se Jesus é verdadeiramente o Messias, comoparece, e vai a Jerusalém, aí o farão rei e eles se tornarão seusministros. Começam a dividir os encargos, um ministério para um, umsubsecretário a outro. Acontecia com eles como fazem os nossospolíticos hoje.

Emsubstância, significava estabelecer “quem entre eles era o maior”. Aqual dos apóstolos tocaria ser o presidente. Pedro já tinha recebido deJesus sinais como chefe. Judas, porque tinha a bolsa de dinheiro, podiaaspirar o ministério das finanças. Tiago e João conheciam certossegredos especiais de Jesus, como o da Transfiguração, podiam aspirar acargos de prestígio.

Eeis que o grupo chega, à tarde, à Cafarnaum, a cidade dos pescadoresPedro e André, com parada na casa deles. Uma sede de pescadores. Jesusse assenta, no recolhimento longe do tumulto das multidões, e lhesministra um ensinamento. Um diálogo no qual os que gostariam saber nãoperguntam e, quando interrogados, não respondem. “De que coisa estáveisfalando pelo caminho?” E eles se calaram. Mas Jesus o sabe, e escolhecomo argumento de sua preleção o tema da Autoridade.

Explica-lhescomo deverão comportar-se quando forem revestidos de autoridade. Comodeverão dividir-se os ministérios e subsecretariados do Reino dos céus.Diz: “Se alguém quiser ser o primeiro seja o último de todos, o servode todos”.

Paraexplicar-lhes melhor, toma um exemplo vivo: uma criança. Jesus tem umalição dura para ministrar aos Doze que pensam nos ministérios e noscargos. E diz: “Quem acolhe um desses pequeninos em meu nome a mimacolhe”. Pela lei eram considerados quase privados de direitos, objetosnas mãos dos genitores; entre todos, os que contavam de menos. Deresto, desde sempre, a única esperança de vida das crianças é posta nosadultos que os amam, e têm cuidado delas. E eis que Jesus se identificacom aquele menino. E a partir dele desenvolve a sua lição. O que pensarde uma criança, hoje, quando não lhe reconhecem nem mesmo o direito denascer e dão aos adultos, impregnados de egoísmo, o pseudo direito delhes negar a vida antes de nascer? “Ó tempos, ó costumes!” disse Sênecaa Cícero: “Choramos as passadas virtudes, deplorando a maré dos víciosque sobe para corromper também as classes mais elevadas da sociedade, ainvasão do submundo.”

Jesusse coloca no lugar da criança. Identifica-se com a criatura mais pobre,mais desprovida de direitos, necessitada de tudo, à mercê de todos. Edisse: “Quem acolhe uma destas crianças em meu nome, a mim acolhe”.

Jesusdisse mais: “Quem me acolhe, não acolhe a mim mas aquele que meenviou”, Deus Pai. Existe portanto para o adulto, para o discípulo deJesus, para o cristão que quer exercer a autoridade entre os demais,uma ligação direta que chega a Deus. E isso não passa através doVaticano ou das antecâmaras dos ministros, mas através os pequeninos,os pobres, os sem força, os indefesos. Tudo ao contrário da corrida àspoltronas e da lotização dos cargos. O dever da autoridade se delineiade outro modo, na existência cristã, na moral do Senhor.

Aprendamosdo exemplo de Jesus que ensinava e praticava. Um dia, disse: ”Estou novosso meio como um que serve”. Jesus é solidário com os pobres,restitui a saúde aos enfermos, dá de novo a vida, lava os pés dosapóstolos, oferece a sua amizade a todos, também a Judas.


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.