Comemoramos dia 11 de setembro o aniversário natalício de Dom Gilson Andrade da Silva, sendo agora bispo coadjutor da Diocese de Nova Iguaçu – RJ. Dom Gilson serviu por cerca de sete anos à Igreja de São Salvador na Bahia como bispo auxiliar desta. Para nós da Comunidade Católica Shalom de Salvador tornou-se um admirado Pastor e amigo. No desejo de expressarmos a gratidão pelo dom da sua vida neste dia, mas também por todo auxílio e amizade durante esses anos vividos em comunhão.
Lançamos uma série de três matérias que mostram um pouco mais da vida de Dom Gilson. Tendo recebido a notícia de sua transferência, a Divina Providência nos possibilitou estar ainda em três momentos que celebramos sua despedida: um retiro em que estávamos reunidos toda a Comunidade de Vida e de Aliança em que Dom Gilson participou de um momento de adoração e presidiu a Santa missa; por ocasião do Tríduo das Famílias; e em um almoço familiar com os missionários da Comunidade. Desta ocasião colhemos a maior parte desta matéria onde em uma entrevista informal Dom Gilson nos deu a conhecer um pouco mais da sua história, vocação e pensamentos.
Despertar vocacional e Caminho de discipulado
Perguntado sobre a sua experiência vocacional e caminho para o sacerdócio Dom Gilson Andrade nos relatou:
“Eu diria que a minha descoberta vocacional se deu de uma maneira muito simples, na minha vida Deus não fez nada de extraordinário. Mas eu frequentava uma comunidade, que é uma comunidade de leigos consagrados, uma das primeiras Comunidades Novas do mundo chamada Foyer de Charité, que foi fundada por uma mística, Marta Robin. E na minha cidade de Mendes lá no interior do estado do Rio tem o único Foyer de Charité do Brasil. Então, lá eu fiz a Primeira Comunhão naquela Comunidade, nós éramos um grupo de adolescentes mais ou menos grande, tínhamos uma formação que nos era dada pelo nosso saudoso Padre Constan”
Dom Gilson nos falou da importância e grande contribuição que o Padre Costan teve no seu discernimento vocacional e crescimento espiritual, pelo seu exemplo de entrega total, de modo especial à escuta, às confissões, à pregação. Disse ele:
“Foi uma graça muito particular ter encontrado um sacerdote que era 100% sacerdote (…). Eu gostava muito de ouvir o Padre falar mesmo adolescente, e foi crescendo em mim o desejo de me dar a Deus, o desejo eu tinha era esse, o desejo de entregar a minha vida a Deus. E pouco a pouco fui discernindo que era um desejo para o Sacerdócio. Eu me lembro que depois de um retiro de silêncio de três dias para jovens, eu procurei o padre e disse: ‘Olhe, padre, quero ser padre! ’. Ele disse: ‘Bom, eu já estava esperando isso já há algum tempo’”
Tendo tido esta grande experiência com o chamado de Deus, começou uma caminhada onde ao primeiro tempo teve que lidar com a não aceitação da sua vocação por parte de sua família, pois o mesmo tinha apenas 16 anos, mas ao completar a maioridade ingressou no Seminário de Petrópolis onde fez a experiência da formação na Filosofia. Terminada esta fase, nos conta Dom Gilson:
“Para Teologia tive uma graça também particular, o bispo me ofereceu a oportunidade de estudar em Navarra na Espanha, era um seminário que estava começando lá, guiado por padres do Opus Dei para seminaristas de várias dioceses do mundo. Então lá também fiz uma experiência bonita do que é a Igreja universal porque éramos seminaristas da América, da Europa, da África, da Ásia. E vivíamos junto aquela experiência de discipulado”
Sobre este tempo de formação e preparação para o sacerdócio por fim nos relatou o seu pensamento:
“O tempo de seminário é um tempo de aprender a seguir Jesus e anunciar Jesus”