Formação

Beato Papa Eugênio III, combateu o bom combate da fé em favor do Reino de Deus

Foi um boníssimo Papa, habituado a quietude e a modéstia, manso e humilde de coração. Cresceu em maturidade e santidade, entre perseguições e lutas pela causa de Cristo. Soube conciliar a austeridade da vida monástica com as exigências da dignidade papal.

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Montemagno, na Itália, foi o lugar escolhido pela Providência Divina para o nascimento de um grande pastor da Igreja, Píer Bernardo Paganelli. Ele veio de uma família muito nobre, entretanto, muito mais nobre do que o nome da família, era o amor a Deus e a fé de seus pais. Em meio a esse ambiente cristão, Paganelli concluiu seus estudos e recebeu a ordenação sacerdotal na diocese de Pisa, centro cultural próximo da cidade natal.

De temperamento reservado e inteligência aguçada, era também ponderado e tido por seus fiéis como um pastor calmo e tranquilo. Há registros de que Eugênio teve, em 1130, um providente encontro com um outro grande santo da Igreja, São Bernardo de Claraval. Esse foi o gigante que fundou a ordem dos Cistercienses, uma associação monástica de almas que se dedicavam exclusivamente à vida contemplativa.

A afinidade e a amizade entre os dois foram promissoras, tanto que, cinco anos depois, Bernardo pediu ingresso e foi acolhido nessa nova comunidade dirigida pelo amigo. A boa ovelha normalmente se torna pastora com o passar do tempo. Desse modo, Paganelli, que foi uma ótima ovelha, deu uma resposta vocacional tão surpreendente, que foi escolhido para abrir um outro mosteiro da Ordem na região de Farfa, diocese de Viterbo. Tornou-se abade, por nomeação direta do Papa Inocêncio II. Com a morte do sumo-pontífice, ele foi, então, eleito seu sucessor, assumindo o nome de Eugênio III.

Combatente corajoso

Deus nunca erra o alvo. Sua nomeação foi providente, pois ele era realmente o instrumento adequado para enfrentar a difícil e delicada situação que persistia na Igreja e na sociedade da época. Roma sofria várias intempéries e crises causadas, principalmente, por atuações de Arnaldo de Brescia, um influente líder da região e alguns republicanos. Esses exigiam que fosse eleito um papa que articulasse manobras de modo que suas ideologias partidárias fossem apoiadas. Muitas casas de bispos e cardeais já tinham sido saqueadas. Por isso, os cardeais resolveram escolher o abade Píer Bernardo, justamente porque estava fora do colégio cardinalício, portanto, isento das pressões dos republicanos.

Logo após sua nomeação, teve que fugir às pressas de Roma, pois as ameaças à sua vida se intensificaram. Partiu, então, para o mosteiro de Farfa, em Viterbo. Era o dia 18 de fevereiro de 1145. Porém, quando a população romana foi informada de sua partida, correu para suplicar sua volta. Assim, apoiado pelo seu rebanho, o povo de Deus, Eugênio III retornou para Roma e assumiu o controle e a liderança da cidade, estabelecendo a paz. Tudo parecia tranquilo, até que em 1146, Arnaldo começa a liderar outro movimento exigindo a destruição total de Tivoli. Mais uma vez Eugênio III precisou fugir, pois havia repudiado as ações violentas do Rei, assim, corria ele também risco de morte. Atravessou os Alpes para chegar até a França, onde ficou exilado por três anos.

Pastor Fiel

Mesmo à distância, continuou seu pastoreio e luta pela liberdade de seu rebanho, a Igreja. Nesse período, convocou quatro concílios para impor disciplinas. Também depôs arcebispos que não zelavam pela comunhão, promoveu uma séria reforma na Igreja e na Cúria Romana em defesa da ortodoxia e nos estudos de temas eclesiásticos e teológicos. Enviou o cardeal Breakspear, o mesmo que depois se tornaria o futuro Papa Adriano IV, para divulgar e promover suas orientações na Escandinávia, enquanto ele próprio ainda o fazia percorrendo o norte da Itália.

Após receber apoio do imperador alemão Frederico Barba-Roxa, o Papa Eugênio foi para a Itália. Seus esforços protegeram a Igreja de invasores turcos, dando, em seguida, início à bela construção do palácio pontifício, símbolo da liberdade e pastoreio da Igreja. Esse grande servo consumou sua entrega de modo definitivo a Deus e por meio de sua páscoa, no dia 8 de julho de 1153. Governou a Igreja por oito anos e cinco meses, numa fase de intensos e violentos combates, e foi beatificado em 1872.

Que ele continue seu pastoreio no céu, por meio de sua intercessão, pois a Igreja, também hoje, vive intensos combates contra o hedonismo, o relativismo e tantas outras ideologias.

Papa Eugênio III, fiel pastor, intercedei por nós!


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