Após escrever o tópico sobre “O Hobbit”, apesar de não ser padre, recebi uma confissão de uma amiga e boa leitora:
– “Nunca nem vi” o Hobbit ou O Senhor dos Anéis, nem os livros, nem os filmes. Minha culpa, minha tão grande culpa!
#Passada, perguntei:
– Por que?
– Porque não gosto deste gênero literário…
– Hum… (foi a única resposta que eu fui capaz de formular na hora, com aquela boa e velha cara de paisagem).
Na verdade, deu vontade de responder: tudo bem, ninguém é perfeito…, mas, brincadeiras à parte, outra boa dica para quem quer aprender a gostar de ler é: descubra qual o seu “tipo”, ou seja, qual gênero literário lhe atrai mais: policial, suspense, romance, drama, comédia, história mundial, biografias, literatura brasileira, literatura estrangeira, enfim, as possibilidades são infinitas.
E em homenagem a esta minha amiga, aí vai uma nova dica de leitura, desta vez, um livro de literatura estrangeira, que retrata uma das épocas mais marcantes e difíceis da história da humanidade:
“Durante a Segunda Guerra Mundial, um importante chefe de Estado arquiteta uma rede de ajuda humanitária para salvar a vida de milhares de judeus, mantendo todas as operações em segredo, a fim de poder executar as ações com mais rapidez e sem levantar suspeitas dos líderes nazistas”.
A sinopse acima daria um bom filme de suspense, não acha? E se eu dissesse que esse chefe de Estado era o Papa Pio XII, você acreditaria?
– Nem pensar!
– Pois creia! É a mais pura verdade!
Em “Os judeus do Papa”, o historiador Gordon Thomas¹ revela a realidade por trás do aparente silêncio do Papa Pio XII, quando o mundo inteiro esperava o posicionamento dos grandes líderes mundiais em repúdio aos países integrantes do Eixo ou apoio aos Aliados, o Papa prefere a discrição e se põe a trabalhar em favor da humanidade como aquela semente do Evangelho, que é lançada na terra pelo agricultor e que germina e cresce, quer este esteja dormindo ou acordado, de dia e de noite, sem que ele saiba como.
A certeza que tive ao ler este livro é que o Papa Pio XII, além de ser um grande homem, era também um estrategista nato, que não hesitou em colocar em jogo a sua reputação e sua imagem pública, contanto que pudesse ajudar a salvar a maior quantidade de pessoas que fosse possível.
O Papa Pio XII sempre foi amigo da comunidade judaica, assim, não podia deixá-la jogada à própria sorte, e mesmo sob a ameaça de sequestro e em meio às bombas que caíam em Roma, não poupou esforços, juntamente com a Cruz Vermelha e uma equipe de especialistas em criptografia, padres disfarçados, freiras e muitos outros cidadãos comuns, que forneciam esconderijos, vistos de imigração, documentos forjados e tudo o que fosse necessário para que milhares de judeus pudessem escapar dos horrores causados pelos seguidores de Hitler.
Enfim, trata-se de uma ótima história, contada por um excelente historiador, baseada em uma pesquisa documental séria e que vale muito a pena ser lida.
Que seja o primeiro de muitos!
Boa leitura!
Ficha Técnica
Os judeus do papa
Autor: Gordon Thomas
Tradução: Marco Aurelio Schaumloeffel
Gênero: Literatura estrangeira – História
Acabamento: Brochura
Formato: 15,6 x 23 cm
Págs: 392
Peso: 579g
ISBN: 9788581301273
Selo: Geração
Sobre o autor¹
Gordon Thomas é escritor e jornalista investigativo. Já publicou mais de 50 livros na Europa, ultrapassando a marca de 45 milhões de cópias, o que lhe rendeu prêmios importantes e o reconhecimento como um dos escritores mais surpreendentes da atualidade.