Certa vez, Albert Einstein disse que a criatividade é a diversão da inteligência. De fato, ele não estava errado. Sendo assim, autores como J.R.R. Tolkien, por exemplo, devem ter sido as pessoas que mais se divertiram nessa terra. Basta ter uma visão geral de sua obra para perceber o quanto a sua inteligência deve ter se divertido com a sua imaginação.
E talvez não haja conteúdo mais instigante para a imaginação do que escrever histórias infantis e, dentre estas, os contos de fadas. O próprio Einstein, um dos maiores físicos que o mundo já conheceu, adorava contos de fadas. E, para quem não sabe, além de um físico brilhante, ele foi também um educador de destaque, sendo dele a frase: “Se você quer que crianças sejam inteligentes, leia contos de fadas para elas. Se você quer que elas sejam mais inteligentes, leia mais contos de fadas para elas”.
Tal afirmação, trocando em miúdos, quer dizer: quanto mais se alimenta a imaginação das crianças, mais estas serão capazes de não apenas repetir o conteúdo aprendido, mas criar ideias originais, para além do óbvio ou do lugar comum.
Voltando para Tolkien, foi isso que ele fez com seus filhos, e mais, além de ler essas histórias para seus pequenos, ele mesmo começou a produzir contos de fadas para suas crianças. Assim nasceu O Hobbit (incluir link para o BL dele) e, com ele, tantos outras obras conhecidasmundialmente, como O Senhor dos Anéis (incluir link para o BL dele), O Silmarillion (incluir link para o BL dele) e os seus Contos Inacabados.
E como bom apreciador e produtor de contos de fadas, Tolkien também escreveu um ensaio sobre a fantasia, tão presente nesse tipo de narrativa, chamado: Sobre histórias de fadas, publicado pela primeira vez em 1964, que é a nossa dica de leitura dessa semana.
Partindo de três perguntas básicas (O que são contos de fadas? Qual a sua origem? Para que servem?), Tolkien desenvolveu sua teoria sobre esse gênero literário que teve sua primeira compilação publicada por Charles Perrault, no século XVII, porém, que provém de uma tradição oral bem mais antiga do que os seus primeiros escritos.
Vale dizer que este ensaio foi produzido na mesma época que O Senhor dos Anéis, e talvez seja uma chave de leitura para compreender alguns aspectos literários dessa trilogia que, aliás, foi publicada em 29 de julho de 1954, meses antes de Einstein falecer de um aneurisma, em 18 de abril de 1955.
Por fim, levando-se em consideração que Einstein era um ateu convicto, fico na torcida para que ele tenha tido tempo para ler ao menos um pouquinho do Senhor dos Anéis, já que a obra é cheia de referências cristãs.
Quanto a nós, espero que tenhamos oportunidade para ler, alimentar a nossa imaginação e nos divertir com a dica da semana e os demais livros de Tolkien, já que são bem mais inteligíveis do que as complicadas teorias de Einstein.
Boa leitura!