Foi por meio de detalhes que Deus criou o mundo e isto inclui a vida de cada um de nós. Tudo foi, detalhadamente, sonhado por Ele e seus projetos foram estabelecidos desde antes do nosso nascimento. Com muito carinho, zelo atenção, amor, nos deu a oportunidade de nos relacionarmos com Ele por meio de uma amizade sincera que pode ser cultivada a cada instante de nossa vida.
Este é o desejo do Pai que, em Seu Filho Jesus, desposa a você e a mim no amor hesed, amor misericordioso, na ternura, pela Sua bondade e fidelidade à aliança que firmou com cada um de nós.
E assim Ele requer do homem e da mulher de hoje, “o seu hesed, o dom da alma, a amizade confiante, o abandono, a ternura, a “piedade”; em uma palavra, o amor que se traduz por uma submissão alegre à vontade de Deus e pelo amor ao próximo”, conforme nos ensina a nota explicativa de Oséias, 2, 21d, da Bíblia de Jerusalém.
Em Jesus, temos a oportunidade conhecer a face deste Pai, expressada no Amor com que nos aponta em I Jo 4, 16b, “Deus é Amor: aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele”. Distante de ser um pai ausente, Nosso Pai do Céu escolheu viver de modo próximo, quer participar ativamente de nosso dia a dia. Assim, se guardarmos aquilo que Ele nos ensina, este Amor habitará em nós.
Pode ser que até hoje não tenhamos feito a experiência com este Amor, talvez por desconhecimento, resistência, ou por traumas com pessoas do nosso convívio, de modo especial, nossos familiares.
Para ser mais específica, o relacionamento com nosso pai biológico pode ser um canal para um relacionamento íntimo com Deus ou não. Isto porque, inconscientemente, podemos transferir as atitudes de nosso pai para o Pai, quer sejam boas ou limitadas.
Daí, diante do desejo do coração do Pai de nos ver plenos de sua graça, vem ao nosso encontro para curar nosso coração de feridas da nossa história. Seu desejo mais profundo é que sejamos homens e mulheres que vivem nesta terra na certeza de que são amados de forma pessoal, imutável, constante; são conhecidos pelo nome, e têm um Pai que cuida e ama, sempre.
A experiência com a filiação divina e a cura de nossos corações para que sejam reconciliados passa também pelo Sim de Nossa Senhora. Neste movimento de abertura do coração e acolhida da graça de Deus, é preciso que tenhamos coragem, renúncia e disposição. Coragem para apresentarmos quem somos a Deus; renúncia, que significa sairmos de nosso comodismo, de nossa posição de vítimas e sermos protagonistas de nossa história; disposição de acolher e dar o perdão, de nos reconciliarmos conosco, com o Pai do Céu e o pai biológico.
Assim, a proposta do livro Detalhes que Curam é nos levar a lermos os fatos de nossa vida com um olhar diferente, de misericórdia, a partir do olhar dAquele que nos amou primeiro. Assim, no Amor, poderei perdoar o Amor, me reconciliar comigo e com meu pai biológico, cuja paternidade também foi sonhada pelo Pai, mesmo com suas fragilidades, afinal, somos humanos, filhos e pais, e, portanto, limitados.
Mais informações
Maria Isabel Rodrigues – Consagrada, missão Brasília.
Email: detalhesquecuram@gmail.com
Espero que este livro seja canal de graça em sua vida.
Shalom.