No último dia do Renascer os participantes tiveram um momento especial: a Efusão no Espírito Santo. Com o coração inflamado e renovado pelo Espírito Santo eles participaram do último dia de formação. À tarde participaram do curso de espiritualidade com Joyce Sueli, consagrada da comunidade de vida, que partilhou com os participantes a sua história de vida.
No início da palestra, ela revelou que os sofrimentos não são maiores que nós porque o Senhor nos dá a graça de superá-los. “Deus não criou o sofrimento e nem a dor”, afirmou. Ao decorrer do curso ela falou que somente pela oração pessoal Deus a reergueu da grande dor de perder o pai. Explicou que ao passar por essa situação se questionava muito e o primeiro culpado que encontrou foi Deus.
Ao longo desse caminho do luto percebeu que se preocupava muito consigo mesma e somente pensava na ausência que o pai iria deixar. “Deus se revelou muito nesse tempo, Ele deixou bem claro que eu estava muito centrada em mim, mas, Ele estava pensando no todo, na salvação do meu pai”, disse.
Depois desse momento difícil com o falta do pai, revelou também que passou pela dor de perder o irmão e contraiu uma grande enfermidade. “Às vezes no hospital eu estava numa depressão profunda e minha oração era ‘Senhor porque me abandonaste?’ Isso me unia mais a Jesus, pois era a mesma oração que Ele fez na cruz”, acrescentou.
Para a consagrada, esse foi um tempo de viver na própria carne a verdade em que pregava: a vida eterna que passa pela cruz. Portanto, o Senhor permite o sofrimento para um bem muito maior.
Contou aos participantes que há um segredo para encarar o sofrimento com a força necessária. “É preciso aceitar que somos fracos e enquanto estivermos aqui na terra vamos passar por momentos difíceis. Porém, que isso possa nos unir mais a Cristo e sermos felizes para sempre no céu”, concluiu.
Namoro santo
Os jovens enviaram perguntas relacionadas ao tema da castidade que foram direcionadas para os membros da Comunidade Católica Shalom. A mesa-redonda foi formada pela Clésia Silva, celibatária e formadora comunitária e consagrada da comunidade de vida; Maria Wilkyanne, coordenadora do Projeto Juventude para Jesus (PJJ) de Taguatinga e consagrada da comunidade de vida; Cíntia Castro, consagrada da comunidade de aliança; Matheus Tonhá, discípulo da comunidade de aliança e Jonathan Rodrigues, postulante da comunidade de aliança.
Questionados sobre como viver um namoro santo, Cíntia respondeu que é preciso ser santo no dia a dia, incluindo o namoro também, e entender nosso valor como pessoa. “Ser chamado a viver a santidade no namoro é conhecer suas fraquezas e limites”, afirmou.
Os participantes perguntaram sobre a caminhada para o namoro na Comunidade. Maria Wilkyane explicou que o início da caminhada se dá com a amizade. Com isso, se deve partilhar com o acompanhador e trilhar um caminho de oração. “É preciso pedir a condução de Deus e viver o tempo de espera para perceber se aquele sentimento permanece e cresce”, explicou. É um tempo de discernimento para os dois até que saia a resposta se o namoro é permitido ou se não é o momento.
A respeito da caminhada no celibato, Clésia partilhou com os jovens que sentia que Deus a chamava para algo diferente. “Deus reserva algo para nós e Ele revela no lugar certo na hora certa”, frisou.
Quatro passos para fazer seu filho rezar
Padre Douglimar Estevão, consagrado da Comunidade Católica Shalom, conduziu o último dia de formação no curso das famílias no Renascer. Com o tema Oração em família: os filhos aprendem a rezar com os pais, o sacerdote aprofundou a segunda carta de São Paulo a Timóteo (cf. II Tim 1,1). Pelo exemplo do apóstolo, Douglimar projetou a relação de fé que os pais devem passar aos filhos.
“As famílias cristãs precisam transmitir uma fé sincera. O testemunho arrasta quem está em volta. É uma responsabilidade do pai e da mãe educar na fé. Não espere a catequese. Sejam os primeiros a querer que os filhos andem no caminho do Senhor”, sublinhou o padre, que mostrou um pequeno itinerário, com quatro passos, para levar a fé ao seio familiar:
Simplicidade – “É mais do que transmitir, é testemunhar. O pai e a mãe que rezam fazem os filhos rezarem. São coisas simples que fazem a diferença”.
Atração – “Sou chamada a transmitir a fé de forma atraente, não como um peso. Se eu rezo com meus filhos, eles vão dizer que somos diferentes e, depois, também vão rezar”.
Gestos pequenos – “A missão da família é ser Igreja doméstica. O simples fato de abençoar os alimentos, já faz diferença; o fato de pegar a Bíblia e rezar chama a atenção dos filhos”.
Oração – “Como os filhos aprendem a rezar com os pais? Levando a família a rezar e fazer com que eles entendam que isso é prazeroso, que dá sentido à vida. Precisamos resgatar a dimensão da família. Como a reconstruir? Pela via da oração. Não se constrói a família sem vida de oração”.
Além dos passos citados por Douglimar, a Comunidade Católica Shalom ainda convida as famílias rezarem o Beraká, que, na língua hebraica significa “de joelhos” ou “inclinado”. O Beraká é um roteiro prático de como celebrar a presença do Senhor. Para isso, a família separa um dia da semana para ouvir a Deus em oração e, na Sua vontade, construir o crescimento espiritual e humano da Igreja doméstica.
Atividades do Projeto Família em 2018
Organizador do curso para as famílias durante o Renascer, o Projeto Família já tem atividades agendadas para este ano. O primeiro deles é o Seminário de Vida para Casais, que acontece nos dias 3 e 4 de março, no Centro de Evangelização de Taguatinga, próximo à Praça do Relógio. Durante o evento, os filhos dos casais também poderão fazer um seminário com linguagem adaptada.
Já entre os dias 4 e 6 de maio haverá o primeiro Retiro para Homens do Shalom Brasília. Carmadélio Souza, casado e consagrado de aliança do Shalom, ministrará o encontro que terá vagas limitadas.
Ainda em 2018, o Projeto Família também deve iniciar um trabalho de acompanhamento no uso dos métodos naturais para planejamento familiar.