Apesar de uma aparente mudança de opinião nos últimos dias, depois de viver momentos de profunda alegria com a sua família, Brittany Maynard se submeteu ao suicídio assistido que estava programado para o dia 1º de novembro.
O grupo promotor da eutanásia “Compassion & Choices” (“Compaixão e escolhas”), do qual Brittany era ativista, comunicou que a jovem “morreu pacificamente no sábado 1º de novembro na sua casa em Portland, rodeada pela sua família e amigos”.
“Quando os sintomas estavam ficando cada vez mais severos, ela decidiu abreviar o processo da morte tomando o medicamento de ajuda para morrer que tinha recebido há meses”, indicou o grupo, assegurando que Brittany “morreu como queria, pacificamente no seu quarto, nos braços de seus seres queridos”.
Compassion & Choices intitulou o seu comunicado “Brittany morre com dignidade”.
Em declarações dadas ao Grupo ACI, o diretor do Centro de Bioética da Argentina, Dr. Nicolás Lafferriere, destacou que “o caso de Brittany é dramático e comove porque evidencia as tensões extremas vividas por aqueles que enfrentam um diagnóstico de doença terminal”.
Lafferriere criticou que em casos como o de Brittany “muitas vezes se menciona a autonomia e a liberdade de escolha como fundamento da decisão de aplicar a eutanásia”.
“As dúvidas de Brittany, o adiamento e o seu eventual arrependimento, deixam claro que esta suposta autonomia não é tanta assim. É, muitas vezes, uma autonomia fictícia, construída ‘recortando’ a pessoa do seu entorno vital, das múltiplas situações que a rodeiam”.
“Quem está em condições de decidir acabar com a própria vida?”, questionou o especialista em bioética, assinalando que “no fundo, subjaze uma verdade antropológica: a vida é sempre um dom e como tal não é um bem disponível para ninguém”.
“E nas circunstâncias mais dramáticas da doença, a dignidade do moribundo requer extremar os cuidados e o acompanhamento autenticamente compassivo e médico, que nunca pode consistir em tirar a vida do doente”.
Entre os objetivos citados no seu site, Compassion & Choices assegura que busca “fazer com que a ajuda para morrer (seja) uma opção aberta, legítima, reconhecida em todo o campo médico e permitida em mais estados”.
Compassion & Choices reconhece buscar uma mudança na linguagem utilizada para estes casos, substituindo o termo “suicídio assistido” para “ajuda para morrer”.
Entre outros objetivos, a organização promotora da eutanásia procura “estabelecer a ajuda para morrer como uma motivação principal na tomada de decisão de quem vai escolher”.
Neste contexto, o Dr. Lafferriere denunciou que “nos Estados Unidos, o caso foi utilizado para promover uma campanha a favor da legalização da eutanásia e parece que a própria Brittany, em meio da sua situação dramática, foi instrumentalizada em função de objetivos estranhos ao seu quadro médico”.
Brittany, advertiu, ficou “exposta às opiniões de todo o mundo, sem respeitar o clima de intimidade e acompanhamento que requer o momento”.
O diretor do Centro de Bioética citou finalmente a Ashton Ellis, quem, em uma coluna publicada no site Public Discourse em 31 de outubro, assinalou que Compassion & Choices não tem por finalidade melhorar os cuidados das pessoas com doenças terminais, mas “ajudar as pessoas a evitarem os cuidados médicos que precisam, terminando assim com a própria vida”.
Fonte: ACI
Este caso nem de longe se refere a negação de cuidados médicos a doentes terminais, essa é só uma afirmação ingênua de pessoas que não tem o menor entendimento do assunto ou estão tentando enganar outras pessoas.
Britanny apenas está lutando pelo seu direito de escolha, e pelo direito de outras pessoas que se encontram em situação semelhante a dela.