Cerca de 250 membros da Comunidade Católica Shalom que ocupam cargos de liderança nas missões em todo o mundo participam de um retiro anual por um período de dez dias em Fortaleza. O encontro teve início na última sexta-feira, 28, com missa no Centro de Evangelização Shalom da Paz, e segue até o próximo domingo, 6. A missa foi celebrada pelo padre Sílvio Scopel, responsável pela Comunidade Shalom em Fortaleza, e concelebrada por 17 sacerdotes.
Durante a celebração, o fundador e moderador geral da Comunidade, Moysés Azevedo, explicou que o objetivo de reunir membros dos vários regionais do Brasil e do mundo inteiro é que “nos mantenhamos em um só coração e uma só alma”. Moysés é também o pregador do retiro.
Participam os responsáveis locais das Missões em mais de 65 Dioceses do Brasil e de outros países, coordenadores de setores do Governo Geral (Diaconia em Aquiraz), e alguns membros convidados das comunidades de Vida e de Aliança.
Em sua homilia, padre Sílvio Scopel ressaltou que é um momento de dar graças a Deus pelo carisma Shalom e porque o Senhor constituiu um povo de missionários para a santificação do mundo e edificação da Igreja. “Hoje nós celebramos a vitória da misericórdia de Deus”, disse. Ele colocou como intenção da Santa Missa os vários membros da Comunidade e dos grupos de oração para que o Senhor os visite e renove neles sua presença e ação.
Para os irmãos que servem como autoridade, padre Sílvio destacou que há esperança diante dos fardos carregados, das decepções que afligem o coração de uma autoridade, diante dos desafios. “A misericórdia é a esperança que não engana porque o amor de Deus nos espera antes de esperarmos por Ele.”
O sacerdote ressaltou que não temos o direito de perder a esperança, porque o desespero, a desesperança é um pecado mortal. “A misericórdia age incansavelmente derramando sobre nós a graça. É um farol, a beleza que nos atrai. Sabemos que sempre deveremos recomeçar tantas vezes precisarmos. Caminhando pacientemente na misericórdia, nosso coração se enche de esperança que está em um Pai que sempre espera por nós”. Padre Sílvio lembrou a parábola do filho pródigo na qual o pai já esperava o filho para dar a ele um bem muito maior, a esperança e a misericórdia.
Santo Agostinho
A liturgia do dia lembrou a memória de Santo Agostinho, que teve uma vida que testemunha a vitória da misericórdia de Deus, de acordo com padre Sílvio. “Deus venceu na vida de um homem e vence na vida das pessoas pela misericórdia”, destacou.
Santo Agostinho era um jovem inteligente que se interessava pela verdade e se sentia atraído pela beleza. Procurou o belo de muitas formas, no prazer da carne, no conhecimento, na retórica, no gnosticismo. Ao encontrar Santo Ambrósio e a eloquência de seus discursos, “foi encontrado pelo Belo”, pela beleza de Cristo.
Mas a mudança de vida de Agostinho não foi rápida. Ao mesmo tempo em que se sentia atraído pela beleza de Deus, também se perdia diante dos apelos do mundo. Santo Ambrósio motivou que Agostinho se apoiasse na graça que se manifesta a nós por meio da misericórdia. “Esse Deus misericordioso, amoroso nos dá graça para progredirmos na santidade, no amor e na misericórdia”.
Padre Sílvio comparou a vitória da misericórdia na vida de Agostinho com o texto da primeira leitura em que Paulo exorta a comunidade de Tessalônica a crescer na santidade. “Não é de modo automático, por isso Deus tem paciência conosco. A santidade é um processo progressivo.” Mas, como as virgens prudentes do Evangelho, precisamos nos deixar iluminar pela luz de Deus, caminhando com o esposo até o local das núpcias, de acordo com ele.
Teresa Fernandes