Hoje celebramos a natividade da Mãe de Deus, que é o nosso refúgio, a nossa consolação e o caminho que nos conduz a Cristo. Damos-vos graças ó mãezinha, rainha dos céus e da terra! Que a Vossa Natividade seja para nós um Renascer e renovação da nossa fé.
Maria era filha de Joaquim, da tribo de Davi, o rei e profeta; era um pai de uma conduta notável segundo a Lei e famoso por sua caridade. Sua mãe se chamava Ana, era estéril e pela Lei de Moisés, estava predestinada a honra das mulheres genitoras, que não é concedida àquelas sem filhos. Eles eram veneráveis e honrados em suas ações e palavras, pois se sabia que ambos eram da linhagem de Judá e de Davi, e da sucessão dos reis. Depois, as tribos de Judá e de Levi foram por fim unidas, ou seja, juntaram-se o ramo real e o sacerdotal.
A bem-aventurada Ana, necessitando da graça, partiu para o templo e rezou para que Deus lhe concedesse o fruto da gestação; do mesmo modo, o digno Joaquim não foi negligente e pediu ao Senhor que o livrasse da privação de filhos.
O gracioso Rei considerou a prece e, então, enviou a mensagem a ambos. Anunciou primeiramente a Joaquim enquanto este rezava de pé no Templo. Uma voz veio das alturas e lhe disse: “Tu receberás uma criança que será uma glória não apenas para ti, mas para o mundo inteiro”. O anjo também foi até Ana e proclamou: “Deus escutou teus rogos, e tu conceberás a anunciadora da alegria, e lhe porás o nome de Maria, por meio de quem se dará a salvação do mundo inteiro”. A gravidez sucedeu à anunciação, e de Ana, a estéril, nasceu Maria, a iluminadora dos homens, pois é assim que se traduz seu nome Mariám: a iluminadora. Então os veneráveis pais da criança santa regozijaram-se, e Joaquim organizou um banquete e convidou todos os vizinhos, os eruditos e os rústicos, e todos adoraram a Deus, que por eles obrara um admirável milagre, quando transmutou o tormento de Ana numa glória mais alta, isto é, a porta da porta de Deus, princípio de sua vida e gloriosa conduta.
Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós!
Por Rodrigo Veloso