Já passa da meia noite e estou sentado na frente do notebook escrevendo este artigo. Olhos pesados de sono, cansaço aparente, mas dentro do coração uma certeza: esse foi mais um dia vivido sob a ação da Graça. Mais um dia onde o amor é mais forte que os limites humanos e onde a força da superação se encontra no amor a Deus, traduzido no olhar de cada irmão e cada jovem que experimentou neste dia a força e a alegria da ressurreição em Jesus Cristo.
Deparo-me nesse instante com um parágrafo dos Escritos da Comunidade, que só poderiam vir de alguém que entende de viver a radicalidade e a diferença num mundo onde viver sua fé virou motivo para o estabelecimento de preconceitos e xenofobia, em outras palavras medo irracional de tudo o que é diferente.
“Nosso chamado como Comunidade de Aliança convida-nos a viver uma vida diferente, como sinal e testemunho. É indispensável para nós mesmos, para nossas famílias e para toda a humanidade a quem somos destinados a testemunhar, que por meio da palavra e da vida possamos manifestar que cremos no Evangelho e na Igreja. Cremos que a felicidade não está onde o mundo com sua mentalidade nos indicam. Cremos que a verdade e a felicidade exigem de nós uma sadia radicalidade nas nossas opções e posturas na vida. Só assim seremos sal e luz. Só assim sentiremos o sabor e a incorruptibilidade de Cristo na nossa vida com todos os frutos de vida e eternidade que isto traz.” (Moysés Azevedo, Carta à Comunidade, par.116).
Assim deve ser o amor do celibatário, diferente num sentido positivo. Especial Celibato Shalom
É amor recebido de Deus como seu alimento, que sustenta e mantém suas forças vitais. Amor que é tão grandioso e cheio de qualidades que é chamado a ser acolhido de forma pessoal e particular. Expressa aquilo que se é na sua verdade mais profunda e o completa por inteiro. Amor que atravessa o tempo, o espaço, o limites humanos e governa seus pensamentos, ações e intenções a cada dia. Insere-se definitivamente na dinâmica da gratuidade e da misericórdia porque é amor e nada mais.
É amor vivido porque deseja e gera a comunhão e a alegria que vem de uma vida ressuscitada com Cristo, que transmite e revela a salvação na vivência do amor esponsal. Enxerga além de si mesmo e se doa generosamente e com gratidão aos planos de Deus. Investe a vida na promoção da dignidade humana em todas as suas dimensões.
É amor partilhado, doado ao outro. Somos cristãos para os outros e é nosso dever revelar o amor que quer e pode ser amado. Por isto existe o celibato consagrado. A realização de sua vida não está naquilo que o mundo aponta, mas se completa quando alguém realiza uma experiência de amor com Jesus ressuscitado. É transbordado quando não cabe mais no coração, de tão pleno de bondade, beleza, verdade.
Amanhece o dia, tomo meu café, entro no quarto para rezar e depois logo chegam as mensagens, telefonemas, notificações das redes sociais. Partilho sobre a minha vida na faculdade e no trabalho e sempre ouço a mesma voz me conduzindo há anos, como ouço agora nesse instante: ‘Filho, tu me amas? Então vai e apascenta minhas ovelhas’(Jo 21,17). Como corresponder? ‘Vinde, Espírito Santo, enche a minha vida com o Teu louvor!!’ E começa um novo dia em minha vida.
Alex Carvalho
Olá! Gostaria de entrar em contato para uma partilha! Hoje estou respondendo a este chamado, também na Comunidade de Aliança, e gostaria de escutar como é para você. Teria como me enviar um e-mail? Será de muita ajuda e alegria para mim! Aguardo. Deus abençoe!
Olá, Isabela!
Não temos o contato do Alex Carvalho que escreveu este texto de 2013. Mas vc pode entrar em contato com nossa Secretaria Vocacional no Shalom mais próximo de vc: comshalom.org/onde
Temos um espaço voltado à vocação Shalom aqui: comshalom.org/comunidade
Shalom!
também tenho esse desejo,mas o medo é maior
Agradeço muito irmão pela sua partilha, na simplicidade das suas palavras me abri inteiramente à essa vocação ao celibato. Até então resistia.. Deus o abençoe e que este desejo de amar transborde sempre em nossos corações.. Amém