Essa é a casa de uma família de sete pessoas na ilha do Marajó. Quantos cômodos ela tem? Apenas esse. Móveis? Não. Não há mobília. Apenas redes. Para comer? Farinha, sem fartura. Só o sufiente para forrar o estômago. Qual seria sua expressão se vivesse nesse lar, nessas condições? Será que haveria no seu olhar essa alegria? Existiria tamanha unidade? “Quero trocar minha cama. A TV está pequena. Quero uma 4K. Macarrão de novo? Não quero mais dividir o quarto”. Essas são típicas frases que ouvimos no nosso dia a dia. Envolvidos no nosso mundo muitas vezes voltados para o eu, para a autosatisfação, para nossa autorreferencialidade. No dia que tirei essa foto eu acordei para muita mediocridade que carregava em mim. Durante a primeira tarde da expedição missionária que partcipei fui exposto a realidade dessa família. Um núcleo familiar que me encheu de constrangimento por aquilo que antes eu chamava de problema. Essa gente transborda o amor ao próximo, é feliz no simples. Não reclama. Sorri e faz do hoje seu único momento para amar, viver, ser feliz e ser grato. Grato por viver. Grato pelo dom da vida que por Deus lhes foi concedida.
Samuel Costa
Programa de Voluntariado 2018