Sou Jean Miguel, fui membro da Cia de Artes Shalom em 2013. Nós tivemos a graça de estar na Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP) logo após a Jornada Mundial da Juventude para apresentarmos o Espetáculo Lolek. Foram dias de grande comunhão com os irmãos da Canção Nova, onde pudemos conhecer mais de ambos os carismas.
Um marco em nossas vidas
O dia 1° de setembro daquele ano ficou marcado em nossas vidas. Era domingo, logo depois do almoço fomos ao Auditório São Paulo para prepararmo-nos para mais uma apresentação. Eu estava no palco fazendo marcações de cena e conferindo detalhes da cenografia; de repente ouvimos um grito: “Monsenhor Jonas quer nos ver! Nós vamos na casa dele!” Paramos tudo e fomos. Chegando na casa dele, nosso silêncio o esperava com alegria e ansiedade; alguns minutos depois escutamos uma porta se abrindo e passos arrastados e lentos se aproximando, era o Padre Jonas! Ao chegar na sala, abriu os braços e com voz forte disse: “SHALOM!”
Foi um momento único! Sentamos, conversamos, rimos e partilhamos. Estávamos sem reação diante de tanta graça, ele então começou a perguntar como era a experiência que vivíamos como CIA de artes, como era nossa rotina… e então disse: hoje o vovô está recebendo seus netos! Perguntem, meus netos!
Avô da Comunidade Shalom
Sim, Monsenhor Jonas é avô do Shalom! Na conversa ele nos disse muitas coisas sobre o início da Comunidade, os desafios da fundação, a ajuda que dava ao Moysés e a Emmir nos primeiros passos. Disse-nos realidades que até não sabíamos ou conhecíamos. Era um avô atento, com olhar cuidadoso e memória viva.
Ouvimos, conversamos e rezamos juntos. Com sua autoridade sempre profética pediu sobre nós um novo Batismo no Espírito, uma ousadia apostólica e artística e depois, aberto aos dons, como sempre foi, impôs as mãos e orou sobre cada um de nós.
Rezando por mim, disse: “Não tire os olhos de Deus! Ele espera muito de ti!”.
Como esperávamos este encontro, eu tinha antes escrito uma pequena carta, partilhando um pouco da minha vida e também de dúvidas e desafios que enfrentava. Entreguei-a a ele e tomando-a de minhas mãos, colocou no bolso de sua camisa, batendo em seu peito e disse: aqui está a carta e também você!
Um espectador especial
Para nossa surpresa, Monsenhor Jonas foi assistir ao espetáculo, foi uma surpresa também para os irmãos da Canção Nova. No intervalo dos atos e no fim do espetáculo Monsenhor foi até o camarim. Ele parecia curioso, interessado em saber mais sobre nossa missão como CIA de Artes. Quando me viu, sorrindo, me abraçou e disse que eu interpretava muito bem a personagem do budista. Pude ver aí sua simplicidade, alegria e espontaneidade. Olhando em meus olhos e segurando firme minhas mãos disse que havia lido a carta e que estava rezando por mim e rezando sempre; e disse o que sempre dizia: “Aguenta firme meu filho“.
Este encontro com Monsenhor Jonas marcou minha vida e sempre me fez e, ainda mais agora, ter o olhar em Deus, buscar sempre ser um homem orante, aberto ao Espírito, carismático, fervoroso e assíduo na evangelização e no testemunho de vida.
Hoje, estudando, trabalhando, tendo apostolado na paróquia do bairro que moro e na Arquidiocese de Florianópolis, posso dizer com força e certeza de que se estou vivo, se sou católico, se fui evangelizado e posso evangelizar no poder do Espírito e com criatividade, devo muito ao Monsenhor Jonas Abib, por suas pregações, músicas, pelo Shalom que foi fundado sob seu olhar e cuidado.
Posso dizer e tenho certeza, da mesma forma que disseram de São João Maria Vianney: “Vi Deus num homem!” Sim, estive com um santo, conheci um santo! É SANTO SÚBITO!
Monsenhor Jonas, intercedei por todos nós!
Jean Miguel – Arquidiocese de Florianópolis
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