Formação

Cinco lições de São Maximiliano Kolbe para os consagrados

No dia em que é celebrada a sua memória, destacamos cinco aspectos de sua trajetória que são verdadeiras lições para consagrados, religiosos e sacerdotes que, como ele, responderam ao chamado de dedicarem-se mais intensamente ao serviço de Deus.

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Hoje, 14 de agosto, é dia de São Maximiliano Kolbe, polonês e sacerdote católico franciscano que se ofereceu para morrer pelas mãos dos nazistas no lugar de um pai de família, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Saiba mais sobre a história de São Maximiliano Kolbe

No dia em que é celebrada a sua memória, destacamos cinco aspectos de sua trajetória que são verdadeiras lições para consagrados, religiosos e sacerdotes que, como ele, responderam ao chamado de dedicarem-se mais intensamente ao serviço de Deus. Não que o santo seja exemplo somente para estes, pois ele viveu o Evangelho, receita de felicidade e verdadeira liberdade para todos os filhos de Deus. Mas o mistério de amor e doação que envolveu o seu martírio fala vigorosamente a essas pessoas. Confira:

1 – Vida de oração

Padre Kolbe fundou em 1917 a Milícia da Imaculada, associação pública de fiéis cristãos, destinada ao apostolado católico e mariano. O ideal era “Conquistar o mundo inteiro a Cristo através da Imaculada”, utilizando principalmente os meios de comunicação. Ele passou a publicar mensalmente uma revista que logo alcançou números impressionantes de tiragem e distribuição. Em 1927, fundou a comunidade Niepokalanów, a “Cidade da Imaculada”, que em pouco tempo cresceu bastante e atraía muitas vocações. Para tudo isso, padre Kolbe tinha uma resposta: o progresso interior era o que importava, e este progresso vinha da união com Deus, da vida de oração. Isso era o mais importante. “Em que consiste o verdadeiro progresso de Niepokalanów? No fundo, Niepokalanów são as nossas almas. Tudo o mais, inclusive a ciência, é secundário. O progresso ou é espiritual ou não é progresso”, afirmou o santo.

2 – Fidelidade ao carisma

Como frade menor, São Maximiliano seguiu a fonte do ideal de São Francisco. Quando o ministro geral da Ordem visitou Niepokalanów em 1936, admirou-se e afirmou: “O verdadeiro espírito franciscano, uma fervente devoção através da Imaculada, muito zelo a pobreza e a extrema simplicidade. Entre os confrades havia um intenso espírito de caridade. Reinava uma imensa harmonia, e sobre eles se percebia uma alegria serena e franciscana.”

3 – Abertura de coração a todas as pessoas

Em 1941, frei Kolbe foi preso pela polícia secreta alemã e enviado para o campo de concentração de Auschwitz, onde esteve por 77 dias. Sua bondade e abertura de coração, fruto da paz interior, atraía e consolava os prisioneiros. “Era tranquilo, um homem onde resplandecia a bondade, um verdadeiro amigo. A coisa mais interessante era perceber o quanto era bom”, contou Micherdzirski (Miguel), sobrevivente de Auschwitz que o conheceu na prisão.

4 – Renúncia de si em favor do próximo

O consagrado deve ser o primeiro a ofertar a própria vida pelo próximo, como Jesus. Em julho de 1941, um dos prisioneiros conseguiu escapar. Como punição, os nazistas escolheram 10 homens para morrer de fome e sede. Um dos escolhidos, Franciszek Gajownickek, murmurou: “Minha pobre mulher e meus filhos que não os volto a ver!”. São Maximiliano se ofereceu para morrer no lugar desse pai de família. Quando o soldado nazista perguntou quem era ele, respondeu serenamente: “Sou polonês, sacerdote católico. Quero morrer no lugar desse homem porque ele tem mulher e filhos”. Dessa forma, ele também, sendo um consagrado, exaltava o valor do sacramento do matrimônio e da paternidade. “Padre Kolbe morreu para salvar um único prisioneiro, mas naquele dia ele trouxe a Auchwitz a esperança e o amor”, destacou o senhor Borgowiec, outro sobrevivente do campo de concentração.

5 – Devoção à Virgem Maria

“A Imaculada fez com Padre Kolbe tudo aquilo que desejava, fez dele um grande dom. Humanamente era difícil entender aquele ato, aquele momento marcou a história de Auschwtiz, a história de cada prisioneiro”, afirmou ainda Borgowiec, referindo-se ao martírio do sacerdote franciscano. A devoção a Nossa Senhora, a quem São Maximiliano tinha confiado a sua vida, fez com que ele cumprisse a vontade de Deus, se configurasse ao Cristo e se tornasse santo. “Ele trouxe a cada um de nós a dignidade e a vontade de viver”, completou o ex-prisioneiro em seu testemunho. Que cada consagrado descubra em Maria o caminho seguro para o Céu, o único lugar pelo qual vale a pena lutar para se chegar um dia.

Emanuele Sales


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