“Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação“. Foram essas são as palavras do Papa Francisco, escritas na carta Patris Corde.
Sem dúvida vivemos num tempo em que não conseguiremos passar sozinhos e o Papa Francisco nos diz: Ide a José, ele é um guia nas dificuldades e sem medo podemos recorrer ao protetor da família de Nazaré e da Igreja. Entre tantas virtudes que nele encontramos, São José nos ensina a prudência, a temperança e a humildade. Ele, como nos diz o Evangelho, no qual aparece discretamente, soube confiar em Deus e agir de modo justo e prudente.
A impaciência mediante à espera
O tempo é uma criatura de Deus e está submetido a Ele que é o Alfa e o Ômega. Esperar, sem dúvida, nos custa e no tempo atual esperar não faz parte da nossa cultura. Dotado de inteligência, o homem criou diversas formas de encurtar a espera: somos a geração do fastfood, na íntegra, de primeira mão. Esperar é o antídoto para a ansiedade, esse mal que acontece a tantas pessoas.
Somos causa segunda na obra de Deus – somos criaturas e não deuses. O homem trabalha mas o fruto dele é Deus quem o concede. O homem semeia e planta, mas o fruto desabrocha enquanto o homem descansa. Todos desejam ver os frutos do próprio trabalho, mas não podemos esquecer que “frutos maiores” necessitam de tempos mais longos. Existem frutos que contemplaremos somente na eternidade. A nós cabe trabalhar e esperar, porém, não saber esperar os tempos de Deus é ter a mesma postura do filho rebelde que rejeita o que o pai lhe dá.
Aquele que em tudo esperou
São José, portanto, é para nós modelo da virtude da prudência, característica que sobressai aos humildes. No livro “Virtudes: caminho de imitação de Cristo”, Juan Léniz diz que “no Novo Testamento, o agir prudente aparece nos primeiros capítulos do Evangelho, quando os pais de Jesus decidem sabiamente, após a advertência do anjo, ir para o Egito para proteger o seu filho (Mt 2,13-14)” que sejamos nós também esse exemplo de prudência em um mundo tão desesperado.
Há uma imagem de São José que recebe muita devoção do Papa Francisco, na qual São José está dormindo. E o que aprendemos com essa imagem em que ele dorme? Aprendemos que somos dependentes do Pai do Céu que cuida de nós de um jeito incomparável.
“Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar algum tempo à jornada da sua vida?” (Mt 6,26). Contemplar a imagem de São José dormindo é contemplar um homem que escolheu depender de Deus, um homem consumido pelo amor e pelo zelo da missão que Deus lhe confiou. Ele que se cansou a cada dia cuidando da Sagrada Família de Nazaré. Cansou para ser fiel a vontade de Deus quando Maria apareceu grávida, bem como quando foi necessário fugir com a Mãe e o Menino.
Se tens pedido algo a Deus que não tenhas recebido ou se concretizado, ide a José para aprender como se colocar humildemente na espera confiante e filial. A espera nos educa, purifica e nos leva ao Céu. Podemos fazer dum tempo de espera ser ocasião ideal para sermos mais de Deus.
Como nos diz o salmista, é na espera e na provação que se conhece as disposições do coração: “podeis sondar meu coração, visitá-lo à noite, prová-lo pelo fogo, não encontrareis iniquidade em mim” (Sl 16,3). Que cresça em nós, a exemplo de São José, a dependência a Deus, o abandono total e confiante nas mãos do Pai que Cuida de Nós.
Shalom!
Por Shalom Guarulhos