Por que sempre tendemos a complicar o que é muito fácil? Por que tendemos a complicar as coisas de Deus, se Deus é tão simples? E a resposta que nos vem neste tempo de Quaresma, para nos auxiliar é: o nosso pecado nos deixa insensíveis à voz e à condução de Deus, uma condução livre. É o que vemos no episódio narrado na Primeira Leitura (2Rs 5, 1-15a): Naamã, não aceita o convite do profeta Eliseu para se banhar sete vezes no rio Jordão para que fique curado de sua lepra.
Como aconteceu a Naamã, muitas vezes nossa resistência nos coloca na postura de impor a Deus aquilo que, para nós, na verdade é complicado. Muitas vezes é assim que agimos diante do Senhor, quando queremos que a graça de Deus se enquadre em nossos moldes. Muitas vezes, falta-nos a ousadia de acreditar que muitas vezes, naquilo que é simples, Deus se manifesta.
Precisamos pedir ao Senhor o dom de crer nas pequenas coisas, de nos inclinar em tudo para viver a vontade de Deus, senão, correremos o risco de, como os chefes da Lei e os fariseus, matar o Senhor. Isso não significa que o levaremos até o penhasco, a fim de querer lançá-lo no precipício, como no episódio narrado no Evangelho de hoje (Lc 4, 24-30), mas querer “matar” o Senhor significa não aceitarmos a Sua condução, não permitirmos que Ele se manifeste em nossas vidas da forma que Ele quiser.
Ouça homilia feita pelo padre Livandro Monteiro, membro da Comunidade de Vida Shalom: