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Erika Leite
Comuniadade Católica Shalom
Creio que poderíamos fazer uma lista de exercíciosespirituais indicando como os santos se preparavam para as celebraçõeslitúrgicas.
Poderíamos começar nos lembrando do Advento e do Natal apouco tempo celebrados por nós. No advento quantos santos esperavam com alegriaexpectante o Senhor que Vem! Apressando esta vinda com suas vidas, em seus sacrifíciosdiários? No Natal um excelente exercício feito pelos santos, principalmente osmais dedicados à contemplação, é a meditação sobre o nascimento de Jesus… apobreza da manjedoura, a realeza do Menino, a desinstalação na vida de NossaSenhora e São José, a perplexidade dos reis magos, a humilde adoração dospastores… mergulhar no mistério do Natal é deixar-se transformar pela paz epela ternura que são frutos do esvaziamento das nossas posses materiais,intelectuais e espirituais para sermos enriquecidos com os planos do Pai. Deuma maneira especial os santos de ordens mendicantes prepararam-se para o Nataldando esmolas, estando mais afetiva e efetivamente com os pobres. Os maisapostólicos fazendo visita aos hospitais , confortando os doentes. Podemos noslembrar das graças especiais desse tempo na vida dos santos, como aconteceu comsanta Teresinha, é ela mesma que diz em História de uma Alma, no manuscrito A:“Em 25 de dezembro de 1886 recebi a graça de sair da infância, numa palavra, agraça da minha conversão completa. Voltávamos da missa da meia-noite, na qualtive a ventura de receber o Deus forte e poderoso…”.
Preparação Divina! É assim que os santos são preparados paraos Tempos Litúrgicos. Na verdade eles se preparam para que com docilidadepossam ser divinamente preparados por Aquele que tanto os ama. Além daLiturgia, exercícios espirituais e ascéticos próprios de cada Tempo Litúrgicoque previsivelmente foram seguidos pelos santos, existe também as contigênciasda fragilidade humana, a imprevisível liturgia da vida ordinária: quantossantos ficaram doentes durante a preparação dos Tempos Litúrgicos, benditapreparação ! Podemos nos lembrar aqui de Santa Terezinha que no dia 09 de julhode 1895, na festividade da Santíssima Trindade, se oferece como vítima deholocausto ao Amor Misericordioso de Deus. A três de abril do ano seguinte, nanoite entre a quinta e a sexta feira santa, tem uma primeira manifestação dadoença que a levará a morte. Teresa acolhe-a como a misteriosa presença doEsposo Divino. Ao mesmo tempo entra na prova da fé que durará até a sua morte.Quantos santos imersos numa noite escura que precederam, perduraram no TempoLitúrgico. Quantos santos desestabilizados em seus apostolados… Com certezaesses santos purificados pelo sofrimento foram também surpreendidos pelo Deusque “manifesta o poder do seu braço, exalta os humildes, socorre a Israel,lembrado da sua misericórdia”, e assim são preparados para viver o Tempo Comumem suas vidas.
Nos lembrando agora da Quaresma, podemos dizer que os santosse preparavam através do jejum, da penitência, da esmola, da reflexão da ida deJesus para o deserto, lá onde Ele sentiu fome, sede, calor, cansaço e foitentado pelo demônio que se aproveita do contexto que aparentemente fragilizaum homem para forjar Jesus, induzindo-o a aparente confiança no poder, prazer epossuir no lugar da absoluta união com a vontade do Pai. Jesus vence o poderpela humildade de “não tentar o Senhor teu Deus”. O possuir pela fidelidade aoDeus único, “adorarás somente o Senhor teu Deus e a nenhum outro”. O prazerpelo sóbrio equilíbrio da Palavra de Deus. Podemos nos lembrar aqui de SantaTereza d’Ávila que na semana santa vê Jesus Crucificado e é fortemente tocada etransformada interiormente.
Sabemos que o fruto da quaresma é a ressurreição, então apreparação da Páscoa é justamente a boa vivencia da Quaresma… as penitências,desafios, provações, purificações desse tempo geram em nós um novo coração, umanova postura diante das realidades que nos cercam e às vezes nos confundem, nostentam… Não entramos no deserto porque somos masoquistas. Não! Entramos nodeserto porque cremos que ao atravessá-lo imediatamente tomaremos posse daTerra Prometida, da Ressurreição, da Páscoa, da vida eterna que já começa aquina terra. É no deserto junto com Jesus que vamos aprender a lutar não comnossas forças físicas ou psíquicas, mas com essas potências submetidas ao seuCriador: Deus.
O pecado nos gera insegurança e nos leva a querer prevalecermuitas vezes com a nossa própria justiça, com a justiça do poder, do prazer, dopossuir que é centrada no imediatismo, que nos rouba a capacidade de reflexãoda verdade, da verdadeira justiça que é contemplada pela fé, esperança ecaridade. A purificação da Quaresma reaviva as nossas consciências, reordena asnossas paixões e assim somos introduzidos numa maior intimidade com Deus e issoé ressurreição, Páscoa!
Então, como os santos se preparavam para as festaslitúrgicas? Todos os tempos litúrgicos são propostos pela Igreja para nosunirmos a cada ano litúrgico, cada vez mais íntimos de Deus. E um caminhoexcelente para isso, além claro da observância própria de cada tempo, éentrarmos na terna escola de Maria. Os santos habitavam e habitam na santa casada Mãe Igreja, harmonizada pela sagrada Liturgia, uma hierarquia riquíssima devalores que nos falam e revelam os mistérios de Deus. Essa mesma Igrejahierárquica que nos convida a trilharmos um previsível caminho litúrgico éenriquecida pela sua face carismática, cujo modelo é Maria. A Igreja nos confiaa Maria Ela que gerou em seu ventre pela ação do espírito a fonte da Liturgia,Cristo. Unidos a ela, Santa por excelência, “conservando cada acontecimento emnossos corações” e “fazendo tudo o que Ele nos disser”, não só estaremos nospreparando bem como os santos para os Tempos Litúrgicos, mas, mais que isso,estaremos sendo divinamente preparados por Aquele que tanto nos ama e que é oprincípio e o fim de toda Liturgia.