Na primeira matéria sobre a temática da formação, direcionamos nossa reflexão para a figura do formando de células, casas comunitárias, mas também pastores de grupos de oração, vocacionados, etc. O objetivo era gerar uma sadia atitude de abertura e disposição para aprender, ser corrigido e crescer na sua relação com o Carisma Shalom, com Deus, consigo mesmo e com os outros.
Na matéria de hoje, vamos nos dirigir a outra figura, também muito importante num roteiro sadio e frutuoso de formação, trata-se do formador.
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O que vamos falar pode também oferecer pistas preciosas para qualquer outro serviço da
obra comprometido com a formação e o pastoreio, exemplo: Formadores pessoais ou
comunitários, pastores de grupos de oração, acompanhadores vocacionais ou servos do
ministério de oração e aconselhamento.
Santa modéstia, discrição intelectual e espiritual
Como falamos no texto dirigido aos formandos e ovelhas de grupo de oração, o maior ignorante, segundo os grandes filósofos gregos e grandes místicos da Igreja é justamente aquele que acha que sabe tudo. Esse não sabe ouvir, nunca acha que está errado e se fecha inclusive a novos aprendizados.
Na relação com Deus não é diferente, quando achamos que já sabemos tudo, é justamente nesse momento que nossa vida espiritual começa a cair. Gostaria, assim, de pegar carona desse ponto para refletir sobre a santa discrição e modéstia intelectual e espiritual que um bom ministro de aconselhamento, formador e orientador vocacional precisam ter.
Normalmente, quando somos procurados para ouvir, aconselhar, orientar e formar alguém, é normal que a pessoa venha atrás de uma solução, cheia de expectativas, pois deseja alguma luz e sugestões para seus conflitos e dúvidas pessoais. Quanto mais famoso e conhecido for o conselheiro, maiores serão as expectativas dos que o procuram.
Entre essas expectativas, uma em especial é justamente aquela de obter respostas e soluções prontas, como se fossem receitas de sucesso. Já vivi experiências de ser atropelado por formandos, vocacionados e ovelhas de grupo de oração por toneladas de interrogações. Eu, no entanto, depois de ouvir, rezar e refletir, limitava-me a responder com uma ou duas perguntas, que se forem bem respondidas pelo orientando, o fará dar grandes saltos espirituais de modo lúcido e decidido.
Assim, se você presta algum desses serviços mencionados, faz-se necessário desenvolver uma santa discrição, modéstia intelectual e espiritual. Por mais dedicados e dispostos que sejamos como formadores, não temos respostas e soluções prontas para tudo. Inicie sempre o momento de pastoreio e formação com uma breve e profunda oração, no sentido de que os corações possam se abrir. Tanto o coração de quem vai falar, como o do que vai ouvir e orientar depois.
Se você é pastor, formador e acompanhador, desejo que esse texto breve possa ter lançado alguma luz para que seu serviço seja mais frutuoso.
Deus te abençoe sempre, Shalom!