Há um dito, que alguns atribuem a São Francisco e que muito pode nos ensinar sobre a vida missionária no cotidiano da vida, que diz: “Pregue em todo o tempo e lugar e se preciso for use também as palavras”. Se você é um leigo, mesmo não possuindo um compromisso formal de vida consagrada ou numa Nova Comunidade, você pode e deve mergulhar no aspecto missionário do seu batismo.
Esse dom pode ser colocado em prática na sua paróquia, unido ao movimento ou Comunidade do qual você faz parte, mas também em outros lugares. Entre as muitas possibilidades e espaços de ação estão: família, trabalho, amizades, lazeres, vizinhança, etc.
Descobri esse dom da missionariedade batismal já na minha adolescência, logo após fazer meu Seminário de Vida no Espírito Santo. Naquela época, eu tinha 13 anos e participava de um grupo de oração da RCC (Renovação Carismática Católica) da minha paróquia, chamado Vaso Novo. Não havia Obra Shalom na minha região e a mais próxima era em São Paulo.
Assim, permanecia na caminhada com Deus e procurava beber de tudo o que podia do Carisma Shalom, mesmo à distância, mas também não perdia nenhuma ocasião em que pudesse transbordar as graças da minha relação com Deus no meu cotidiano. Usava para isso o meu colégio, meu bairro, aconselhando outros jovens e convidando-os a participar do grupo de oração em minha paróquia.
Depois, aos 15 anos, tornei-me locutor de rádio auxiliar. Ali pude encontrar outro espaço para anunciar explicitamente a paz real que eu havia conhecido em Jesus. Tive dois empregos formais, numa fazenda e depois num terminal rodoviário, em ambos, procurava criar recursos de anúncio de Jesus, aconselhando colegas, rezando por eles e convidando-os para o grupo de oração e para iniciar uma vida de amizade com Deus.
Como você pôde perceber na minha partilha, eu não comecei a anunciar Jesus apenas porque me tornei um consagrado, um missionário, membro de uma instituição, mas porque sou batizado, porque sou cristão, enfim, por que amo a Deus, então, já falava sobre Ele e era compromissado com seu anúncio sendo um leigo na minha paróquia de origem.
Por fim, queria concluir essa matéria te animando a olhar de forma ousada e criativa para seus compromissos ordinários de vida como oportunidades de anúncio do Evangelho. Talvez numa conversa durante o intervalo do lanche no trabalho, na faculdade, no colégio, no elevador, no ônibus, no Uber, você encontre uma brecha para sorrir e dizer para alguém: “Deus te ama muito, você sabia disso? Você tem alguma intenção de oração? Posso rezar por você?” De fato, você pode ouvir um baita: “Não, obrigado!”, mas também pode ver um olhar reluzente e ouvir uma voz desejosa de esperança te respondendo: “Pode sim, eu agradeceria muito!”
Que este texto tenha sido um estímulo missionário, te despertando para as oportunidades de evangelização no seu ritmo ordinário de vida.
Deus te abençoe sempre, Shalom!