“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo.”
Este grito de Agostinho ressoa em cada coração que vislumbra de uma forma nova a Face de Deus. Uma Face que só pode ser conhecida pelo dom da Castidade. “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8), dizia Jesus no sermão da montanha. Esta que é uma promessa pra vida vindoura deve mover sempre mais os nossos corações.
Mas, ainda que em plenitude a Face de Deus a veremos apenas na vida eterna, já aqui nesta terra o dom da Castidade nos permite como que entrever esta Face. Diz Santo Agostinho sobre sua vida antes da conversão: “Ardi em desejos de me satisfazer em coisas tão baixas, ousando entregar-me como animal a vários e tenebrosos amores!
Desgastou-se a beleza da minha alma[…]”
É fato que este Santo viveu muitos pecados contra a pureza, mas ele decide relembrar suas culpas, recordação amarga, de modo a falar do amor e salvação de Deus. É esta graça que o Senhor concede a todos quantos Dele se aproximam. Por isso, o dom da Castidade não é somente para aqueles que de certo modo foram guardados no dom da Pureza (digo de certo modo, pois atualmente, infelizmente, é quase impossível alguém que tenha sido totalmente preservado dos assédios da impureza). Mas é também para aqueles que como Agostinho sentem o amargo sabor dos erros passados.
Seja de um ou de outro modo, a Castidade é para todos. Assim como é para todos o dom da intimidade com Deus, fonte da verdadeira pureza. Queres a Castidade?! Pede-a! Não tens força para vivê-la?! Suplica com mais vigor, porque a graça de Deus te socorrerá e te dará muito mais do que pedes. Pedir para ser casto é pedir para amar com amor verdadeiro!
E poderás dizer com Agostinho: “Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira.” Somente pelo Espírito Santo, podemos viver este dom magnífico, por isso podemos ainda com Santo Agostinho rezar:
Ó Espírito Santo, respirai em mim para que seja santo o meu pensar.
Impeli-me ó Espírito Santo, para que seja santo o meu agir.
Atraí-me, ó Espírito Santo, para que eu ame o que é santo.
Fortalecei-me, ó Espírito Santo, para que eu proteja o que é santo.
Protegei-me, ó Espírito Santo, para que jamais eu perca o que é santo. Amém.
Bendito seja Deus pelo dom de sua vida minha irmã. Que o Espirito Santo continue lhe conduzinda para fazer a vontade de Deus. Amém
Belas palavras e a forma como vc ddscreve a castidade e Santo Agostinho. Amém
Que lindo.
Que eu também possa ter essa coragem de suplicar a Deus, seguindo o exemplo desse grande Santo.
Parabéns, texto profundo.