Os membros da Comunidade que partiram em missão fazem parte de um dos grupos de missionários que prestam serviço juntamente a Diocese de Nova Hamburgo.
Andresa Nascimento da Comunidade de Aliança (CAL) e Leonardo Biondo da Comunidade de Vida (CV) são os primeiros missionários de João Pessoa que participam desse projeto voluntário com o objetivo de ir ao encontro dos sulistas que foram atingidos pelas enchentes.
Breve retorno para casa
Pai de quatro filhos e natural de Caxias do Sul, Leonardo Biondo missionário da CV foi convidado pela Comunidade a fazer parte do voluntariado; o convite o surpreendeu e gerou uma explosão de gratidão no seu coração!
“Há 25 anos deixei o Rio Grande do Sul (RS) para viver em missão. Logo que a tragédia começou a acontecer com o meu povo, senti uma dor imensa na alma. Meu desejo era de agora estar lá em missão, mesmo que fosse por um só dia!
Na enchente de 1941, meu avô perdeu tudo. Meu pai contava que ele conseguiu resgatar da água as peças do antigo moinho na localidade de Galópolis, mas que a dor era tão grande que decidiu subir a serra e recomeçar do zero em Caxias do Sul”, revela.
Hoje, ele relata que já esteve longe da esposa e dos filhos outras vezes, mas nunca em uma circustância assim. Ainda acrescenta: “Sei que não voltarei o mesmo. Seria impossível. Não sei o que toda a dor que verei de perto fará com o meu coração, mas sei que é vontade de Deus que eu vá! Quero ajudar no que for preciso. Mas no fundo acho que meu maior serviço será chorar com os que choram!”
Não há limite na obra de Deus
Partir em missão é antes de tudo sair de si e não somente fisicamente. Andresa Nascimento, missionária da CAL, vive isso diariamente ao se deslocar da sua cidade, no interior da Paraíba (Pilar), para o Shalom em João Pessoa. E diante dessa dinâmica Deus lhe pediu mais: partir em missão para o Rio Grande do Sul.
“Meu Deus, temos um povo que necessita da nossa ajuda, e tão poucos operários, na mesma hora fui procurar preços de passagens aéreas, e para minha surpresa, me deparei com valores bem alto, e mais uma vez me deixei vencer pelo desânimo. Porém, quando Deus quer Ele age!
Quando rezava, apresentava a Deus meu grande desejo de ir, mas também apresentava minha realidade profissional, pois não sabia se ia conseguir antecipar 10 dias das minhas férias, e Deus me falava que ‘é feliz quem a Deus se confia'”, relata.
E assim, ela se lançou, criou campanha de arrecadação e em menos de uma semana tudo foi providenciado. A partir de uma mensagem no grupo de avisos da missão sobre a expedição fez seu coração arder como brasa e partir.
“Nesse processo, fui sentindo o quanto sou amada por Deus, e que não devemos colocar limites para as obras que Ele deseja realizar na nossa vida. Levo coração disposto a crescer, a aprender e a amar”, ela acrescenta.