“Eu farei correr arroios!” Desse jeito nasceu a banda Arroios, de uma forma despretensiosa e por uma brincadeira. Nós acreditamos firmemente que essas características foram os modos escolhidos por Deus para nos guiar nessa missão e nos convencer quanto à eleição em vista desse “jeito” de evangelização.
Tudo começou em um recesso da comunidade. Alguns de nós, ainda vocacionados, decidiram aproveitar o tempo de férias com uma ida a praia. Eles levaram na bagagem: triangulo, violão e pandeiro, e foi assim eles iam se divertindo enquanto cantavam forró. Era engraçado como tudo facilmente se transformava em forró.
No tempo que em ficaram naquela praia, começaram a se aproximar das pessoas, inclusive algumas deles pediam músicas. Eram desde moradores do local até estrangeiros, que diziam sem medo: “Isso sim é musica brasileira! Podem tocar mais uma?” e ali as horas passavam.
Em meio a uma música, nos apresentávamos como cristãos e tentávamos transmitir a pessoa de Jesus Cristo. Alguns diziam: “Vocês são jovens de Igreja? Na praia e cantando forró? Muito estranho!” e as tais falas muito nos questionavam.
Naquela ocasião um de nós partilhou: “Já pensou de montássemos uma banda de forró para evangelizar? Fulano toca triangulo, outra canta… só falta uma sanfona”. Rimos bastante disso, como forma de descredito. Sim, não tínhamos o mínimo desejo de iniciar algo, pois nenhum de nós fazia parte do círculo artístico da missão, não cantávamos nas missas, apresentações. Em nada.
Voltamos para a casa e no retorno à missão, comentaram: “vimos uma foto no Facebook de vocês cantando e tocando na praia, que legal!”. E após isso, todas as convivências na missão, acabavam em forró, entoado pelo triangulo, pandeiro e violão. Em meio a esse movimento, começamos a ser conhecidos: “é o povo do forró!”. E se desenvolvia, por parte de alguns, o entusiasmo e por outros uma desconfiança, resultado da racionalidade artística.
Até que nos apareceu um primeiro convite: iríamos tocar no Arraiá da Paz da missão! Esse convite foi recebido com um misto de alegria e medo, pois não tínhamos uma banda e não nos víamos como tal. Para resolver isso, chamamos alguns músicos amigos para ajudar. Mas nos faltava uma coisa: um nome. Não sentíamos nada, pois não queríamos abraçar essa via. Nos víamos como apreciadores do forró. Acho que até mesmo em nós tínhamos um certo preconceito, uma desconfiança de nós mesmos.
Sentíamos que o nome deveria vir do escrito “Obra Nova”. Assim, nos debruçamos sobre o texto. Desejávamos um novo que dialogasse com o meio secular, que trouxesse uma missão implícita e dissesse de nós. ARROIOS!!! UMA PEQUENA VIA NO DESERTO!
Lemos um texto da Emmir sobre o escrito “Obra Nova” e a passagem de Is 43, origem da palavra. Nela vimos que poderia ser para isso que Deus havia nos chamado, por uma via pequena, sem força, que iria correr em meio ao deserto do coração do homem, levando a Paz e a alegria que a humanidade deseja. E assim começamos. Desbravando um novo a cada dia.
Vencendo-nos.
A banda já teve algumas formações, no entanto, esta de agora, é de mais tempo, somos: Denise (comunicação e produção), Mayara (Produção), Lucia (Vocal), Ingrid (violão), Alexandre (Zabumba), Karol (Baixo), Vitoria (Escaleta e sanfona), Eduardo (Bateria) e Raí (percussão). Alguns são membros da Comunidade de Aliança, outros vocacionados e outros obra da Missão Shalom Santo André.
Temos também a graça de caminhar junto com a Diocese, tocamos em vários eventos diocesanos como: Sínodo Diocesano, Congresso de músicos, Festival Vocacional, paróquias e capelas, etc. O que é uma alegria imensa para nós. Queremos sempre caminhar unidos a Igreja!
A Banda Arroios é uma alegria como um desafio para todos nós. É um constante sair de nossas zonas de conforto e nos aventurar no chamamento de Deus em nossa Vida. É uma alegria maior, é levar o amor, a paz, o perdão por uma forma alegre, brasileira e por características musicais e culturais do nosso povo.
Ainda estamos aprendendo a ser artistas e músicos e sabemos de nossas limitações. Mas, de uma coisa temos certeza: queremos sempre estar à disposição da Igreja e da humanidade.
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