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Conheça o ministério do diaconato permanente

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O que é diaconato?

Diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Os outros dois são o presbiterato e o episcopado, portanto, diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia da Igreja.

As mãos lhes são impostas para o ministério e não para o sacerdócio. Com a ordenação o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Esse Sacramento imprime caráter, que o faz diácono por toda a eternidade. Não há como retroceder.

O que é o diaconato transitório e o diaconato permanente?

Existem dois tipos de diáconos. O diácono transitório é aquele que recebe o Sacramento da Ordem no grau de diaconato para depois receber o segundo grau e tornar-se presbítero, ou padre, conforme costumamos dizer. O diácono permanente sendo casado não pode ascender ao grau superior, ficando permanentemente como diácono.

Quais as funções do diácono?

Diaconia quer dizer serviço, então o diácono é ordenado para servir. Faz parte do ministério do Cristo Servo, que veio para servir e não para ser servido. A Lumem Gentium diz que servem o povo de Deus na Diaconia da Liturgia, da Palavra e da Caridade (LG 29). Na Liturgia Eucarística, o diácono tem funções próprias: servir o altar, proclamar o Evangelho, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. Deve, ainda, incentivar a participação correta e efetiva da assembleia na Divina Liturgia.

O diaconato é coisa nova na Igreja?

Não. O diaconato foi instituído pelos apóstolos. Podemos ver em Atos 6, 1-6 a imposição de mãos sobre os primeiros sete diáconos: Filipe, Prócoro, Nicanor, Tímon, Pármenas, Nicolau e Estevão, que foi o primeiro mártir (At. 6, 8-7,60). Podemos, ainda, ver outras referências como Fl 1, 1 e 1 Tm 3, 8. Permaneceu florescente na Igreja do Ocidente até o século V, depois por várias razoes desapareceu.

Quando foi restabelecido?

Foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II. Inicialmente foi regulamentado pelo Papa Paulo VI, em 1967 no Motu Próprio Sacrum Diaconatus Ordinem. Em 31 de março do mesmo ano, foram promulgados pela Congregação para o Clero as Normas Fundamentais para a Formação dos Diáconos Permanentes e O Diretório do Ministério e da Vida dos Diáconos Permanentes. Estes documentos deixam explícitos que a restauração do diaconato permanente numa nação não implica a obrigação da sua restauração em todas as dioceses. Compete exclusivamente ao Bispo Diocesano restaurá-lo ou não.

Porque a estola do diácono é diferente?

A estola do sacerdote desce verticalmente ao longo do corpo, pois age in persona Christi. O ministério do diácono é voltado para o serviço à comunidade. A estola atravessada no peito mostra a horizontalidade de suas funções.

O que é necessário para se tornar diácono permanente?

As normas da Igreja fazem algumas exigências: a formação deve durar pelo menos três anos (no mínimo mil horas) e deve conter obrigatoriamente Teologia Bíblica, Dogmática, Litúrgica e Pastoral; o candidato deve estar casado no mínimo cinco anos; tem que ter pelo menos 35 anos. Vida matrimonial e eclesial exemplares. Autorização verbal da esposa, no momento da ordenação e por escrito, arquivada no processo.

Todas as dioceses têm normas específicas, exemplo: segundo grau completo, situação econômica estável, indicação do pároco, entrevistas com o Bispo (inclusive esposas), idade superior a quarenta anos, retiros espirituais a cada seis meses para que se possa meditar sobre sua vocação; estar intimamente ligado a uma paróquia, onde venha prestando valiosos serviços; complementar seus estudos com Teologia Moral, História da Igreja, Direito Canônico e Mariologia. Ser homem de oração e assíduo aos sacramentos.

Ficando viúvo o Diácono permanente pode ser ordenado presbítero?

Na realidade pode. No entanto, precisa de uma autorização especial e ainda completar os estudos, da concordância do Sr. Bispo e do Conselho de Presbíteros e de forma preponderante, da certeza absoluta de sua vocação ao presbiterato. Contudo, isso é importante: o diácono permanente que ficar viúvo não pode se casar novamente.

Alguém pode se apresentar como candidato ao diaconato?

De modo geral o candidato é escolhido entre aqueles que se sobressaem na comunidade por sua espiritualidade e engajamento na Paróquia, todavia, nada impede que alguém explicite ao pároco ou mesmo ao Bispo Diocesano sua vocação de servir à Igreja como ministro ordenado.

Então, o diácono só não pode consagrar?

Não é assim. O diácono é ordenado para o serviço e não para o sacerdócio. Na realidade o diácono é ministro ordinário de apenas um sacramento: o do Batismo. É também ministro ordinário da Comunhão Eucarística. Pode ainda ministrar todos os sacramentais; dar as bênçãos próprias de ministro ordenado (objetos de devoção, casas, automóveis, etc.), inclusive a bênção com o Santíssimo Sacramento. Tem ainda a faculdade de presidir a celebração do Matrimônio.

O diácono pode exercer seu ministério em qualquer paróquia?

Teoricamente pode exercer seu ministério em qualquer lugar do mundo, afinal de contas ele recebeu um sacramento válido e a Igreja é Una, Santa e Católica, ou seja, é UNIVERSAL, no entanto, o diácono está intimamente ligado ao Bispo Diocesano a quem deve plena obediência. O Bispo pode colocá-lo como auxiliar de um pároco, contudo, ele tem a faculdade de auxiliar em outra paróquia, desde que disponha de tempo e tenha a autorização do titular competente.

Como fica a vida matrimonial do diácono?

Os documentos de Santo Domingo nos dizem que o diácono permanente é o único a viver a dupla sacramentalidade – da Ordem e do Matrimônio. Um não elimina o outro. A vida matrimonial é portanto vivida em sua plenitude. Esta é a razão pela qual a esposa tem que autorizar, por escrito, e de viva voz, no momento da ordenação. O Bispo pede a sua autorização para ordenar seu marido.

O diácono recebe ordenado ou remuneração pelo serviço?

Absolutamente NADA. Todo seu trabalho é uma doação à Igreja, no entanto, nada impede que seja ressarcido de todos os gastos que venha a fazer como, por exemplo, com o combustível que gasta em suas locomoções no exercício de seu ministério. Geralmente, o diácono, além de nada receber, presta sua ajuda pecuniária à paróquia onde atua.

Existe alguma diaconisa?

Não. Sempre foi norma na Igreja Católica conceder o Sacramento da Ordem apenas aos homens. As diaconisas de que fala a Bíblia Sagrada não receberam imposição das mãos, mas apenas exerciam a diaconia (serviço) em sua comunidade.


Comentários

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  1. Des que me converti aos 16 anos Deus me chamava para viver de forma diferente e mais profunda o meu serviço na Igreja. No início, achei que era para ser sacerdote, mas Ele me mostrou que não, pois queria que eu constituísse uma família e colocou fortemente no meu coração do chamado para ser Diaconato Permanente.

    No entanto, devido a alguns desafios pessoais e profissionais, acabei deixando este chamado enterrado e atualmente Deus o desenterrou e me faz almejar novamente me doar à serviço da minha comunidade.

    Hoje sou vocacionado na comunidade Shalom e o meu próximo passo será o diaconato permanente. Eis me aqui Senhor!!!

    1. O diácono permanente pode ter uma vida profissional ??
      Tenho vontade no meu coração de se torna um diácono permanente

  2. Recebi um “chamado” do Padre de minha paróquia sobre o Diaconato Permanente. Expus a ele que hoje sou vocacionado da Comunidade, mas que me enchia os olhos a questão do Diaconato. Gostaria sim, segundo a vontade de Deus, trilhar o caminho do Diaconato, mas meu coração enche de alegria por ser vocacionado da Comunidade e ainda estou meio confuso. Disse ao Padre que iria rezar e colocar em discernimento todas essas questões. Teria como ser Diácono para servir na minha missão?

  3. Não tenho notícias de diáconos permanentes na Comunidade. Todas as ordenações são de diáconos temporários. A Comunidade não encoraja os irmãos chamados à este ministério? Em partilha com um irmão consagrado que sentiu o apelo em seu coração, o mesmo afirmou que conheceu um irmão que foi ordenado e deixou as atividades comunitárias para servir quase que exclusivamente a diocese, seria por isso? Não seria possível, termos diáconos permanentes dentro da dimensão comunitária como o Diácono Nelsinho Corrêa na Canção Nova que é diácono e missionário por exemplo?