Formação

CREDO

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Creio na Remissão dos Pecados

(Cat. 976 – 983)

Vemos aqui a misericórdia de Deus através da remissão dos nossos pecados, levando em consideração o poder dado a Igreja por Jesus para ministrar o perdão e reconciliação sobre nossas vidas.

Introdução

Quando Jesus enviou o Espírito Santo aos seus discípulos, lhes conferiu o seu próprio poder divino de perdoar os pecado: ” Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoares os pecados, lhes serão perdoados; aqueles a quem os retiveres, lhes serão retidos” (Jo20,22 -23).

1. O pecado.

O pecado é uma falta contra a razão, a verdade. A consciência reta, uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo. O pecado, é portanto, “amor a si mesmo até ao desprezo de Deus”.

Segundo S. Tómas de Aquino, com o pecado contraímos cinco males:

1. O primeiro, é a própria mancha do pecado. Quando um homem peca, mancha a sua alma, porque, como a virtude a embeleza, o pecado a enfea.

2. O segundo mal que contraímos pelo pecado é nos tornarmos objeto da aversão de Deus. (Sab 14,9)

3. O terceiro mal é a fraqueza. O homem pecando pela primeira vez, pensa que depois pode abster-se do pecado. Acontece porém, o contrário : debilita-se pelo primeiro pecado e fica propenso para pecar mais. O pecado vai dominando cada vez mais o homem, e este, por si mesmo, coloca-se em tal estado que não pode mais se levantar. É como alguém que cai num poço. Só pode sair dele pela força divina.

4. O quarto mal é a obrigação que temos de cumprir a pena do pecado. A justiça de Deus exige que o pecado seja punido, e a pena é medida pela culpa.

5. O quinto mal contraído pelo pecado foi nos exilarmos do Reino do Céu. O homem foi afastado do paraíso por causa do pecado.

E não podemos esquecer que a Paixão de Cristo tem uma repercursão tamanha que se torna o remédio eficaz para combater todo o pecado.

2. A gravidade do Pecado (Cat 1854)

Convém avaliar os pecados segundo a sua gravidade. A distinção entre pecado mortal e pecado venial se impôs na tradição da Igreja :

– Pecado mortal : acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções.

Este pecado requer pleno conhecimento e consentimento, caracterizando matéria grave.

– Pecado venial : enfraquece a caridade. Traduz uma afeição desordenada pelos bens criados, impede o progresso da alma no exercício das virtudes, contudo sobre a privação total da graça. É humanamente reparável com a graça de Deus.

Este pecado realizado de forma deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal.

3. Um só Batismo para o perdão dos pecados.

Jesus ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo: “Ide por tudo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura. Aquele for batizado será salvo” (Mc 16,15 -16).

O Batismo é o primeiro sacramento do perdão, porque nos une a Cristo morto pelos nossos pecados, ressuscitado para a nossa justificação (Rm 4,25). Quando recebemos o santo Batismo somos purificados de forma plena e completa recebemos o perdão, que apaga desde o pecado original até os pecados cometido pela nossa própria vontade. O batismo, porém, não nos livra das fraquezas que são conseqüências do pecado, mas torna-se um escudo e uma fortaleza para combatê-las.

4. O poder de ligar e desligar (Mt 16,18)

Depois da Ressurreição, Jesus enviou os apóstolos para “anunciar as nações o arrependimento em seu Nome em vista da remissão dos pecados” (Lc 24,47).

E quando Jesus deu a Pedro o poder de ligar e desligar as coisas do céu às coisas da terra (Mt 16,18), Ele determinava que a Igreja ia exercer em seu Nome o sacramento da reconciliação. Deste modo, os apóstolos e seus sucessores não só anunciavam aos homens o perdão de Deus e nem só os chamava à conversão, mas comunicava-lhes a misericórdia de Deus.

E Sto. Agostinho confirma dizendo : A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados, a fim de viver com Cristo, cuja graça nos salvou.

Por isso , não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. (Mt 18, 21 – 22).


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