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CREDO – Nasceu da Virgem Maria

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Nasceu da Virgem Maria

MARIA E OS DOGMAS (Cat. 484 – 507)

Ao dizer o seu "Fiat" (faça-se) na anunciação é dado por Maria o seu consentimento ao mistério da Encarnação, ela ali já colabora para toda a obra que seu filho deverá realizar. Torna-se assim a Mãe em todos os domínios em que Ele é Salvador e Cabeça do Corpo Místico.

Seguem abaixo as quatro Verdades de Fé referentes a Virgem Maria:

A maternidade de Maria (Lc 1,35)

A anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas.

Maria é convidada a conceber aquele que habitará "corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). O Espírito Santo é enviado para santificar o seio da virgem Maria e fecundá-la livremente, ele que é o "Senhor que dá a vida".

Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que assim "como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida". (LG 56, Is 7,10)

Este dogma da maternidade mostra a dignidade única de Maria. Ninguém recebeu, nem receberá semelhante dom. A ninguém foi confiada uma missão tão transcendente e nenhum redimido recebeu Deus uma resposta mais generosa e total. Neste momento, Maria entrega-se totalmente a pessoa e a obra de seu Filho, para servir na dependência dEle e com Ele, pela graça de Deus, ao plano de salvação.

Diz Santo Irineu : " Obedecendo, se fez causa de salvação. tanto para si como para todo o gênero humano".

Segundo o Dogma da maternidade divina, Maria é o lugar histórico no qual Deus se fez carne para habitar entre nós. Maria é sua verdadeira mãe, tanto no aspecto biológico como psicológico, isto é, ela é mãe não apenas da carne humana de Jesus, mas de toda a realidade de seu Filho, que tem duas naturezas (humana e divina), mas uma só pessoa (divina). Cristo é gestado em seu seio, dado à luz, alimentado e cuidado. Como toda criatura, é dependência total de sua mãe.

O Concílio de Calcedônia, em 451, afirma : " Todos ensinamos unanimemente que se deve confessar a um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo,… gerado do Pai antes dos séculos quanto à divindade, e o mesmo, nos últimos dias, por nós e por nossa salvação, gerado da Virgem Maria, mãe de Deus quanto à humanidade".

A Imaculada Conceição

Maria é aquela em quem tudo foi antecipado e realizado em plenitude. Maria foi enriquecida por Deus com dons para tamanha função.(LG 56).

A declaração dogmática afirma que Maria foi preservada do pecado original desde o início de sua existência. Por uma graça especial de Deus, em virtude dos méritos de Cristo, Maria é a mulher pré-redimida. Em nenhum momento de sua vida é propriedade do demônio. Está rodeada do amor fiel de Deus, desde o começo de sua existência.

Ao privilégio de não ser manchada pelo pecado original, traz consigo de imediato, uma plenitude de graça, como anunciou o anjo ao saudá-la : Ave cheia de graça. Traz também consigo a plenitude da caridade, uma invasão do Espírito Santo na alma. Deste modo, convém esclarecer dois pontos sobre a Plenitude de graças :

a. A plenitude de graças em Maria é própria de uma criatura, e não é como a de Jesus, que é Deus-Filho. Em Jesus a plenitude está completa desde sempre. Em Maria a plenitude é limitada e crescente.

b. A plenitude de graças é uma realidade quantitativa e qualitativa, porque quanto maior, mais possibilita a união com Deus e a introdução na sua vida íntima.

Esse dogma possui uma significação eclesial. Se a Igreja é a comunidade que não só anuncia a salvação, mas que a opera realmente no meio do mundo, pode mostrar segurança, em um de seus membros, a Virgem Imaculada, o resultado acabado dessa obra. Ali se encontra o modelo de homem que a graça de Cristo produz. Maria é a primícia da humanidade redimida.

A Virgindade de Maria.

O dogma não se refere a pormenores do nascimento de Jesus e suas conseqüências físicas em Maria. Afirma positivamente que isso aconteceu sem que ela perdesse a integridade corporal, sinal externo de algo mais profundo : sua total consagração ao Senhor que opera maravilhas.

A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação. Jesus, o Novo Adão, inaugura pela sua concepção virginal o novo nascimento dos filhos de adoção no Espírito Santo pela fé (Lc 1,34).

Existem dois aspectos a serem apresentados a respeito da virgindade de Maria:

– Maria é virgem porque sua virgindade é o sinal da sua fé. É ela que lhe concede Tornar-se a Mãe do Salvador.

– Maria é ao mesmo tempo Virgem e Mãe por ser a figura e a mais perfeita realização da Igreja.

Assim, quando Deus fez de Maria a Mãe de Jesus, por pura graça, tornou Maria de certo modo participante de sua fecundidade em relação ao Filho. Ela tornou-se assim, participante também de sua relação com aqueles que se tornam filhos no Filho, ou seja, os Batizados , a Igreja.

A Assunção de Maria

Em 1o de novembro de 1950, Pio XII define solenemente do dogma : " Proclamamos e definimos ser dogma divinamente revelado: Que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

O dogma da Assunção não se centra no final da vida de Maria, mas em seu novo modo de existência. Agora ela existe em toda a sua realidade humana em corpo e alma num estado de glorificação plena, antecipando assim aquela situação dos justos depois da ressurreição final. O mais específico do dogma é, por conseguinte, a glorificação corporal antecipada.

A Igreja declara que Maria participou tão íntima e profundamente da obra de redenção, que lhe foi concedida, desde agora, aquela ressurreição final da carne prometida aos justos. O que para nós é objeto de esperança, para ela é realidade experienciada.

A assunção de Maria é sinal de que a graça não transforma somente o espírito, mas todo o ser humano.


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