Formação

Cristo vence, reina, impera

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Dom Eurico dos Santos Veloso

Aofinal do Ano Litúrgico, a Santa Igreja celebra a solenidade de JesusCristo Rei do Universo. É a confirmação da crença em Cristo, comoSenhor e Dominar do céu e da terra. É ainda, numa interpretaçãoescatológica, o prenúncio do fim dos tempos, quando Ele virá julgar os vivos e os mortos (2Tm 4,1).

“MeuReino não é deste mundo. Se meu Reino fosse deste mundo, meus súditosteriam combatido para que não fosse entregue aos judeus. Mas meu Reinonão é daqui” (Jo 18, 36). Esta é a resposta do Divino Redentor noignominioso pretório de Pilatos. Antes ele já predissera que “opríncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16,11). Sim, aquele quedisseminou a mentira e a ambição, desde o coração de nossos primeirospais.

Aocontrário, Jesus é o rei da verdade, por ser a Verdade; o caminho queconduz ao Pai. Remotamente, os reis cristãos eram denominados “vigáriosde Cristo”, justamente por ser seu principal dever preservar a fécatólica e possibilitar a todos os seus súditos alcançar a salvação,pela prática das virtudes cristãs e na profissão da Fé Católica.Decerto, isso ocasionou a má interpretação de alguns e a má fé deoutros. No entanto, o estandarte de Cristo Rei sempre se alteou maisalto e, ao divisá-lo, as hostes inimigas se dispersaram pelos camposinférteis da ira, da ambição e do ódio.

Afeliz iniciativa do Papa Pio XI, em 1925, foi num momento oportuno.Naquele Ano Santo, a geografia política da Europa já não era a mesma decinco lustros passados. Os sistemas de governo se transmutavam. Olaicismo imperava e os erros modernistas se infiltravam pelos canaispor onde, por séculos, circulavam os princípios cristãos, emanando adoutrina que lhes asseguraria a certeza da salvação. É nesse momento emque o Santo Padre, pela Encíclica “Quas Prima”, a primeira de seuPontificado, anuncia “a paz de Cristo no Reino de Cristo”.

“Enquantoos homens e as nações, esquecidos de Deus, correm à ruína e à morte porentre incêndios de ódios e lutas fratricidas, a Igreja de Deus, semdeixar nunca de oferecer aos homens o sustento espiritual, engendra eforma novas gerações de santos e santas para Cristo, que não cessa deelevar até a eterna bem-aventurança do reino celestial tantos quantos Oobedecem e O servem com fidelidade no reino da terra” (“Quas Prima” 4),exortava o Papa.

Indicava,assim, o Beatíssimo Padre, Aquele que é o único e verdadeiro Senhor, aquem devemos vassalagem. É o único e verdadeiro remédio para nossasaflições e salvação para nossa alma. Os reinos do século, desde aRevolução Francesa, vinham caindo por terra; até a Santa Igreja estavaameaçada pelo poder temporal. No entanto, o Reino de Deus, este nãopodia ser combatido, pois as forças do mal, por mais que intentem,jamais poderão vencer o Senhorio de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“MeuReino não é deste mundo. Se meu Reino fosse deste mundo, meus súditosteriam combatido para que não fosse entregue aos judeus. Mas meu Reinonão é daqui”. Porém, formamos o exército que deve pugnar pelarestauração dos valores e a implantação definitiva do Reinado Social deNosso Senhor Jesus Cristo na terra, até o dia em que Ele há de vir, emtodo o seu poder e glória. E, como soldados dessas fileiras cristãs,devemos estar sempre preparados para combater as adversidades,principalmente aquelas que colocam em risco a nossa fé, a graça e asalvação.

Atentos,pois, à voz do Sucessor de Pedro, procuremos alcançar a convicção deque “o Reino de Cristo é dom oferecido aos homens de todo tempo paraque quem acreditar no Verbo encarnado ‘não pereça, mas tenha vidaeterna’ (João 3, 16)”, nos diz Bento XVI (Oração do Ângelus naSolenidade de Cristo Rei, 2005). Desta forma, realizaremos o desejo dePio XI para que essa Festa mova todos os povos a voltarem ao nossoamantíssimo Salvador. “Se todos os fiéis compreendem que devem militarcom infatigável esforço sob a bandeira de Cristo Rei, então,inflamando-se no fogo do apostolado, se dedicarão a levar Deus de novoaos rebeldes e ignorantes, e trabalharão animados por manter incólumesos direitos do senhor” (3, 25).

Avante,pois, legiões de Cristo! Lutemos, por meio da oração, da caridade e daevangelização, pela expansão do Reinado de Nosso Senhor Jesus Cristoneste mundo, enquanto esperamos seu retorno glorioso. Com a graça doEspírito Santo, atentemo-nos à indicação de Nossa Mãe Santíssima –“fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5) – para experimentarmos,ainda nesta vida, um pouco do que será em plenitude no fim dos tempos.


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