Geralda do Rosário Vital dos Santos, também conhecida como tia Gegê, iniciou sua caminhada na Obra Shalom em 2002, convidada por sua filha Mônica, na época, vocacionada. Sendo assim, ela pode ser considerada, um dos membros mais antigos da Obra Shalom BH.
Participava do grupo de oração, juntamente com seu filho Reginaldo. Era fiel aos acompanhamentos com suas pastoras e bem participativa nos retiros e eventos. Também servia, com amor e dedicação, no ministério de intercessão, recebendo, com frequência, pedidos de oração particulares, pois era visível sua fé. Trazia sempre um sorriso no rosto, sinal daqueles que encontraram o verdadeiro tesouro, que é Jesus.
Para ilustrar sua sede de Deus, houve uma ocasião, em seus primeiros passos na vida de oração aos moldes Shalom, em que ela se sentou com seu estudo bíblico “Enchei-vos” em frente a sua filha, que estava em oração, e ficou tentando imitá-la: quando sua filha orava em línguas, ela também orava e na mesma intensidade; quando sua filha falava palavras de louvor, ela também falava as mesmas palavras. Até que sua filha perguntou por que ela estava rezando assim. E D. Geralda respondeu que queria aprender a rezar Shalom. Esse era o seu coração, desejoso de acolher tudo que o Carisma ensinava.
Para ser fiel ao grupo de oração, viveu muitas vezes, virtudes heroicas. Certa vez, estava no ônibus a caminho do Shalom. Ao desembarcar, o motorista fechou a porta e ela ficou dependurada. Logo os passageiros gritaram alertando o motorista, que a viu e parou. Mesmo diante disso, ela ainda foi para o grupo de oração. Reginaldo, seu filho, que chegava mais tarde ao grupo por causa do seu horário de trabalho, ficou impressionado com a determinação dela, diante do ocorrido. Ele reconhece que ela quem o incentivava na caminhada no Shalom com sua fé, seu empenho em ser fiel, pois estavam sempre juntos e ela o ajudava a não desanimar, rezando com ele e por ele. Assim ele continua firme na Obra Shalom até hoje.
Na vivência fraterna, muitos, ao vê-la sempre disposta no grupo de oração e nos eventos, se admiravam de sua força e diziam que também queriam se doar mais como ela. Alguns jovens chegavam a chamá-la, carinhosamente, de vovó Gegê.
Buscava crescer na vida de oração e se aprofundava nos cursos do Caminho ordo amoris e da Formação Básica (atual Série Philippos) deixando-se formar, ser curada para amar mais e melhor, como é próprio no Carisma Shalom.
Colheu muitos frutos desse percurso de cura e maturidade espiritual. Ao longo do tempo, foi se reconciliando, cada vez mais, com as dores e as feridas de sua história. Uma prova disso foi que, sem o saber, na véspera de sua morte, partilhou com sua filha Mônica, por telefone, que, finalmente, havia recebido a graça de perdoar sua sogra por questões bem dolorosas vividas no passado. Estava radiante de alegria, pois passou a vida inteira rezando por essa reconciliação. Foi um momento de grande louvor e exultação entre as duas.
Na noite seguinte, numa terça-feira, dia 23 de novembro de 2021, enquanto participava do grupo de oração online pelo celular, ela fez sua Páscoa. Verdadeiramente viveu o Shalom: reconciliou-se com Deus, consigo mesma e com o próximo!
E o Senhor a tinha preparado: pôde reencontrar seus irmãos e parentes no sábado anterior, no casamento de sua sobrinha; no domingo, tinha se confessado e, durante a Santa Missa, recebeu a graça de perdoar a sogra; na segunda-feira, fez essa partilha com sua filha Mônica, deixando-a como testemunha da obra de salvação em sua vida; na terça-feira, passou o dia em oração, fazendo seu estudo bíblico, inclusive a Bíblia ainda estava aberta ao seu lado na Palavra rezada naquele dia, como testemunha Reginaldo, ao chegar em casa e encontrá-la já morta com o fone de ouvido no grupo de oração online. Dessa maneira, ela viveu a fidelidade a Deus até o fim e se tornou Shalom para sempre junto do Senhor. Passou a vida e a morte diante do Senhor e junto aos irmãos de fé. Como dizemos, no Shalom, todos vamos juntos para o Céu!
No funeral, tantas foram as pessoas que ali vieram para se unir em oração. Por causa do protocolo da pandemia do COVID-19, cada um podia somente entrar e sair, por causa do revezamento. Shalomitas, familiares, paroquianos, todos reunidos. Muitos nem conseguiram entrar, tamanha era a fila no lado de fora do Cemitério da Paz. Por dádiva de Deus, pudemos receber Jesus Eucarístico na missa de corpo presente celebrada pelo nosso querido Padre Vicente.
Nosso coração só pode bendizer a Deus por fazer dela uma testemunha do Evangelho de São Mateus 24,13 que diz: Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo.
Resta-nos a gratidão a Deus por nos teres escolhido para viver esta vocação que realmente nos leva à santidade. Obrigada a cada um que, ao longo dos anos, doaram e doam suas vidas na Missão BH, fecundando esta terra com o Amor Esponsal a Jesus e o desejo do Céu.
Enfim, que o Senhor nos dê a imensa graça da perseverança no Caminho da Paz que todos nós, Shalom, somos chamados a trilhar. Assim seja!