Durante o tempo pascal traremos a você histórias de várias pessoas que foram alcançadas por Jesus e hoje são Testemunhas da Ressurreição. Conheça o testemunho de Patrícia Ponce, postulante da Comunidade de Vida na Casa Mãe em Fortaleza-CE. A missionária é formada em Turismo com especialização em gerenciamento em hospitalidade e morava em Orlando, trabalhando na Disney. Durante a pandemia, teve um reencontro com a Comunidade através do YouTube comshalom, ingressou no Vocacional à Distância e trilhou seu caminho de discernimento em alto mar.
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Meu nome é Patrícia Ponce, sou formada em turismo e uma especialização em gerenciamento em hospitalidade. Sou natural do Rio de Janeiro e atualmente estou na Missão de Fortaleza como postulante da Comunidade de Vida da Casa Mãe. Depois da minha graduação, eu me mudei para Natal-RN em janeiro de 2007. Em fevereiro daquele mesmo ano conheci o Shalom, quando fiz o evento de Carnaval Renascer.
Engajamento com a Obra Shalom
Eu já tinha uma caminhada de fé iniciada no colégio em que estudei e uma experiência de conversão da época da minha adolescência. Mas foi importante para mim encontrar um novo lugar em que pudesse dar continuidade a essa caminhada e continuar bebendo da fonte da graça. Comecei a participar da Obra e me engajei no Ministério das Artes.
Em maio de 2008 durante o retiro de mudança de fase do meu grupo de oração, nós tivemos uma linda oração das laudes ao nascer-do-sol, de frente para o mar. A aurora ficou marcada para mim como Nossa Senhora que vem à frente do astro maior que é o próprio Jesus. Aquele sol gigante que nascia sobre o mar me lembrava o momento da Missa em que a hóstia é levantada (esse evento tem uma importância mais à frente na história).
Nessa época eu já sentia o desejo de iniciar um caminho vocacional no Shalom. Entretanto, surgiu nesse mesmo ano, a oportunidade de fazer um intercâmbio no exterior e eu decidi adiar a ideia do vocacional para quando retornasse ao Brasil. E por isso, fui estudar na Flórida e trabalhar para os Resorts da Disney. Foi a realização de um sonho e eu me identifiquei muito com a empresa e o estilo de vida de lá.
Adiamento de um sonho para que se cumprisse outro sonho
Em seguida, a Disney foi me oferecendo novas oportunidades de retorno para trabalhar nos parques e, em 2012, eu ingressei na frota de navios deles. A vida em alto-mar foi incrível! Eu tinha encontrado meu lugar no mundo. Tive a oportunidade de conhecer quase 50 países, de crescer na minha carreira e trabalhar com pessoas de dezenas de nacionalidades diferentes. Eu pensei que tivesse, de fato, encontrado meu chamado na vida. Eu alcancei o que muitas pessoas chamam de “sucesso”. Ganhei minha independência financeira e alcancei uma auto realização na vida pessoal e profissional.
Um dia, minha irmã me deu de presente um mapa mundi de aniversário. Ele é todo cinza e vai ficando colorido conforme você risca os países que já visitou. Minha meta de vida era colorir esse mapa todo. Eu sempre acordava já planejando meu próximo destino. Eu pensava que conforme eu fosse avançando para mais próximo da minha meta, eu me sentiria mais satisfeita e realizada. Mas comecei a sentir justamente o contrário. As vontades iam crescendo mas a satisfação ia diminuindo.
Em fevereiro de 2020 eu fiz uma viagem com a minha mãe a vários destinos de peregrinação na Itália. Fomos a São Giovanni Rotondo, Monte Sant’Angelo, Lanciano, Loreto, Assis, Cássia e Roma. Posso afirmar que esta peregrinação foi o início do meu caminho vocacional. Vivi momentos muito marcantes em cada um desses lugares e percebi como eu tinha me afastado de Deus. Conforme eu progredia no meu “sucesso na vida”, eu estagnava na minha vida espiritual.
Comshalom me ajudou a retornar
A pandemia, que se iniciou algumas semanas após essa viagem, teve um papel importante nesta fase (apesar de ter sido um período terrível, Deus conseguiu extrair algo de positivo dessa situação para mim). Sem passageiros a bordo dos navios, eu fiquei sem trabalhar alguns meses. Nunca tinha tido tanto tempo sobrando. Passei a refletir sobre muitas coisas daquela experiência de peregrinação e da vida dos santos que moraram naqueles lugares.
Fiz a consagração à Nossa Senhora pelo método São Luís Maria Grignon de Montfort também nesse período. E posso afirmar que ela teve um papel fundamental para o que veio em seguida. Retornei a uma rotina de oração, voltei a ler a Bíblia, voltei a rezar a terço e comecei a assistir a Missa on-line todos os dias. Eu passei a enxergar muitas coisas que eu deveria mudar e que Deus me oferecia algo diferente para o meu futuro. Um dia eu acordei olhando para o mapa e percebi: “Não é isso aqui.”
Quando eu finalmente retornei trabalhar a bordo, eu já não era mais a mesma pessoa. Em uma das minhas orações eu tive um vislumbre de vida consagrada e, imediatamente, pensei que era algo impossível. Afinal, parecia tão distante da vida que eu tinha. Mas, ao mesmo tempo, me pareceu um chamado irresistível. A partir dali minha sede pela vida consagrada só crescia.
Um saciar desta sede
Com a pandemia, tudo agora acontecia on-line. Passei a acompanhar muitos eventos e lives do Shalom pela Internet. Em uma dessas lives, o Victor Cysne, Assessor Vocacional, explicava o ícone inspirado para o Vocacional 2021. E a imagem refletia exatamente aquela visão que eu tinha tido em maio de 2008 na praia. Nossa Senhora caminhava no mar e vinha à frente do sol com a bandeira “Fiat” (Faça-se). Meu coração se encheu de alegria, pois tinha encontrado ali um sinal divino de que deveria seguir naquela direção. Enviei meu formulário e fui aceita no Vocacional à Distância 2021.
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No vocacional no ano passado, tínhamos um grupo de oração, chamava-se São Rafael. Em apenas alguns meses, especialmente depois de ler sobre o Amor Esponsal, que é o cerne da vocação, eu já sabia que estava no lugar certo. A cada acompanhamento pessoal e a cada encontro vocacional, eu ia me identificando mais e mais com o Carisma Shalom. Mesmo sendo tudo à distância, o Senhor me alcançou através de uma conexão por satélite. Sou muito grata a todos aqueles envolvidos neste meu “resgate em alto-mar”.
Foi como se o próprio Jesus tivesse caminhado sobre as ondas até o meu navio e me chamado pessoalmente a buscar outros mares, a ser “pescador de homens” e a buscar águas mais profundas (as referências ao mar são muitas). Foi um ano de muita graça e de decisões difíceis na minha vida. Pude confirmar a vontade de Deus de abandonar tudo e de seguir um novo caminho de salvação e felicidade.
Sou fruto, com certeza, da intercessão de muitos: da Virgem Maria, da minha avó, da minha mãe, da Assessoria Vocacional do Shalom e de religiosos que rezam pelas vocações no mundo. A Verdade, que é uma pessoa, me apresentou hoje uma nova meta de vida que é – sem demagogias – ser santa. Conto com a oração de todos!
Patrícia Ponce
Postulante Comunidade de Vida
Missão Fortaleza
